segunda-feira, 3 de novembro de 2003

DISLEXIAS POLÍTICAS.
Fico fascinado com algumas incongruências, que aqui e ali, vão pontuando alguma da actualidade, da qual somos actores, ou figurantes, involuntários.
Numa altura em que resurge uma certa discussão entre as virtudes políticas, ou do sistema monárquico ou do sistema republicano, conforme as crenças, e porque não, a cultura de cada um, tem lugar na sociedade um dálogo mais ou menos surrealista: Por um lado a aparente aceitação da, plebeia, divorciada e gírissima, noiva do Principe das Astúrias e por outro lado o escândalo provocado na "intelectualidade" francesa pela escolha dos autarcas da nova face da "Republique Française", uma apresentadora de um programa vespertino de televisão, do tipo da nossa Julia Pinheiro ou Fátima Lopes.
Se por um lado, num sistema tão repudiado pelo esquerdalho, temos gente satisfeita, que de alguma forma se revê numa espécie de "Cinderella" e adere a todo o "glamour" do ideal de uma verdadeira família (real) espanhola, por outro lado temos todo o cinzentismo pseudo igualitário dos autarcas franceses que votam numa figura popular, de baixa qualidade, na qual se parecem rever, ou básicamente através da qual pensam catar alguns votos.
Uma reflexão sobre estas duas situações demonstram bem o risco e a estupidez de pensar que os símbolos nacionias podem ser votados ou plebiscitados. Em Portugal, felizmente estamos só a meio caminho e o único símbolo nacional que votamos por cá, é o Presidente da Republica, que infelizmente bem o sabemos, trata a malta por "pá", e por confissão do próprio, diz os piores palavrões ao telefone. Se enveredássemos pelo caminho dos franceses e votássemos outros símbolos, não seria de admirar que o nosso Hino passasse a sêr uma qualquer canção "pimba" da autoria de Marco Paulo ou do Emanuel.

Diário de Bordo da Nave Espacial "Terra" - Tempo Estelar da Nova Era - 3 de Novembro de 2003

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