terça-feira, 27 de dezembro de 2022

UM BODO... AOS RICOS.

Não vale a pena deter-mo-nos muito sobre os rendilhados jurídico/admnistrativos que puseram no bolso de Alexandra Reis, actual Secretária de Estado das Finanças, a módica quantia de meio milhão de Euros.

Convenhamos que se trata de um verdadeiro bodo, só que não se destina aos pobres, mas àqueles que orbitam à volta do PS sempre com o olho posto no governo e nas prebendas que daí poderão advir.

É uma fauna que esteve em estado de semi-hibernação durante a queda em desgraça de José Sócrates, mas que rápidamente se foi posicionando durante o 1⁰ consulado de Costa, embora bastante limitada pelos parceiros de "geringonça", e que abriu em leque com a maioria absoluta, e que teve como consequência imediata o tão decantado aglomerado de "casos e casinhos" de que tanto se tem queixado António Costa, tendo optado por desvalorizar o panorama geral, imputando sua existência a uma "central" de propaganda gerida pela "Direita".

Ora Costa, calculista e manobrador como é, não pode ignorar o que se passa à sua volta e sabe que a situação pode estar a atingir uma temperatura crítica, e de que o risco da situação lhe fugir ao controle é uma possibilidade que se desenha de forma cada vez mais nítida no nosso actual horizonte político.

Este caso da indemnização a Alexandra Reis, apresenta todos os ingerdientes de uma receita explosiva: Costa já fez saber que não conhecia os antecedentes da senhora, Pedro Nuno Santos e Fernando Medina pelos vistos também não, pois rápidamente pediram esclarecimentos à TAP. Mas então paga-se uma indemenização deste calibre sem informar a tutela? A Secretária de Estado diz que foi a Tap que quiz que ela saísse, mas a comunicação que a transportadora aérea fez a CMVM afirma que foi ela que quis saír, e a acrescentar ao ramalhete, foi a mulher de Fernando Medina que negociou pela TAP o acordo de rescisão.

Depois acrescem umas minudências, tais como saber se Alexandra Reis estaria sob o estatuto de gestor público, o que o facto de 4 meses depois ter sido nomeada para a presidência da NAV, outra empresa pública com a mesma tutela da TAP, poderia ter influência no cálculo de eventuais indeminizações.

Enfim, uma história todos os títulos lamentável, mas que convém, e muito rápidamente, ser explicada!

Ora, mal ou bem,este caso há-de ser resolvido. Provávelmente mal, tal como Costa tem resolvido as imensas trapalhadas do seu governo.

No entanto vem-nos alertar para uma outra situação. Com todo este estardalhaço, ficámos a saber que o vencimento de Alexandra Reis na TAP era de €17.500,00 mensais, verba que recebia como Vogal do Conselho de Administração. Dado que António Costa pegou em cerca de 3.500M € dos nossos impostos e os enterrou na TAP, parece-me que seria mais do que justo que nós, os Contribuintes, fôssemos informados de como está a ser utilizado o nosso dinheiro. Ora se um vogal do Conselho de Administração ganha €17.500,00, seria interessante conhecer a folha de pagamentos do resto dos orgãos sociais da companhia.
Suponho que seria muito esclarecedor saber se um empresa em falência técnica consegue suportar os valôres que se adivinham, com a agravante de estar a decorrer ainda uma reestruturação da companhia que já envolveu o despedimento de milhares de trabalhadores e cortes de salários aos que ficaram.

Não sendo jurista dificilmente poderei opiniar sériamente acerca de uma eventual legalidade desta operação, mas a mesma revela uma terrível e vergonhosa falta de ética. Por isso, quando os Socialistas proclamam que a ética republicana reside no estrito cumprimento da lei, apenas manifestam a sua enorme ignorância acerca da natureza da ética e da falta de respeito que lhe têm.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

A MORTE NÃO É UM DIREITO, É SÓ UMA CERTEZA !


Como um sempre-em-pé, a eutanásia voltou a ser tema de discussão parlamentar com a devida troca de acusações de oportunismo político entre os partidos maioritários, a tal ponto que até conseguiu um regresso, ainda que fugaz, de Passos Coelho à política.

Este facto mostra bem que o tema é suficientemente polémico para voltar ao debate mesmo após tanta discussão e aprovação parlamentar.

Claro que as reservas do Tribunal Constitucional em relação à redacção da lei, vieram baralhar e dar de novo, pelo que é de supor que a lei volte lá sem quaisquer garantias absolutas de constitucionalidade.

Embora me pareça temerário este pioneirismo legislativo, pois ao que parece apenas oito países possuem legislação sobre a eutanásia, o grande argumento de quem defende a lei tem sido a defesa do direito a uma morte com dignidade.

Portanto o Alfa e o Ómega do argumento dos partidários da lei tem-se centrado no direito a morrer com dignidade.

É a dignidade na vida, a dignidade na morte e dignidade para aqui e para acolá...Tudo muito humanista, muito "clean" e muito asséptico, e no dizer de alguns, muito elevado.

Falar de dignidade na morte, é um dos maiores contrassensos que fui repetidamente ouvindo nos últimos tempos. O direito à vida parece ser um direito natural, decorrente de um notável instinto de sobrevivência, e que é imparável na maior parte dos indivíduos das espécies animais racionais e irracionais. 

Quanto a este ponto, parece-me ser uma claríssima evidência!

Sobre a dignidade da morte ocorre-me pensar que a morte não é um direito e não passa de uma fatalidade a quem ninguém escapa. 

Nos tempos românticos, os nobres que combatiam e davam com companheiros gravemente feridos no campo de batalha, aplicavam-lhe aquilo que elegantemente chamavam de "Coup de Grace" - em Português "Golpe de Misericórdia" - talvez para aliviar o terrível acto que estavam a praticar, mas do qual não podiam fugir por manifesta falta de meios logísticos, médicos e científicos para atender aos moribundos.

Pelos vistos voltamos ao espírito do "Coup de Grace", mas agora com outros meios disponíveis que vêm preverter definitivamente o espirito inicial desta prática.

Quem pede para morrer, no fundo está a pedir um suicídio por procuração por não ter a coragem ou possibilidade de o levar a efeito.
Ora um suicídio só tem uma simbólica dignidade quando executado em nome da honra ou num sacrifício por 3ª pessoa, pois fora estes 2 casos, o suicídio, embora muitas vezes compreendido, não passa de uma desistência, de uma fuga e em última análise de uma falta coragem que na realidade, de digno não tem muito.
A morte de uma forma inexorável chegará a todos e ninguém a ela escapará... Insistir na vida quando o território já é da morte, é encarniçamento terapêutico - nome mais popular da prática da distanásia - e esse sim deveria ser proibido, já que o testamento vital permite a qualquer um escolher essa via, e aí simplesmente morre-se sem espalhafato, sem ruído, ou mesmo honradez e muito menos com dignidade!
Não há nada digno na morte, a não ser se ela for fruto de um acto de heroísmo ou de sacrifício desprendido por outrem, de resto normalmente resume-se a um desgosto de quem fica ou a um piedoso comentário do género "que pena, coitado...!"

Uma sociedade consumista e hedonista, profundamente sibarita, e essa sim, com pouca dignidade e com horror a tudo que não seja prazer e conforto, é uma sociedade sem coragem e sem as características necessárias para resistir aos desafios dos tempos e às verdadeiras ameaças que se desenham no horizonte. Uma sociedade que arranja forma de justificar o descartar dos seus sofredores com a falácia de que as pessoas têm o direito de decidir sobre o fim da sua vida, enquanto lhes apresentam um processo com uma enorme carga burocrática, sendo que em última análise a tal morte pedida pelo próprio vai acabar por ser decidida por um administrativo qualquer, sentado num recondito gabinete, que nunca nunca viu ou falou com o doente e que aporá friamente um carimbo no processo com a palavra "execute-se". Uma sociedade com estas características e comportamentos, é uma sociedade velha, exaurida e bastante demente e que talvez o que deseje mesmo é a sua própria eutanásia, sem qualquer dignidade e implementada por gente muito pouco digna...!

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

DORMINDO COM O INIMIGO.

Cada vez mais me espanto com a falta de decoro, e até de dignidade, do homem que temos como Presidente da República...

Não bastassem as tristes figuras que ele se esmera em manter actualizadas, agora decidiu ir a Cabo Verde no nosso Falcon, com o combustível e tripulação pagos pelos contribuinte Portugueses... 
E o que foi lá fazer...?

Fora aqueles banhos em águas tropicais que não se coíbiu de exibir na  altura em que Lisboa sofria um dos maiores temporais de sempre, foi atribuir a Ordem da Liberdade a título póstumo ao responsável pela morte de centenas de Portugueses, de Cabo Verdianos e de Guineenses, Amílcar Cabral...

Será que o homem está mandatado para isso...? Atribuir condecorações a inimigos confessos de Portugal em nome dos Portugueses...?

PESSOALMENTE NÃO LHE RECONHEÇO O DIREITO DE PRESTAR HONRAS A INIMIGOS DE PORTUGAL COM AS MÃOS MANCHADAS  DE SANGUE PORTUGUÊS...

É que decerto, no seu afã de agradar ao que de pior temos a vegetar pelo nosso país, ainda vai tentar condecorar também Agostinho Neto e Samora Machel, tudo fieis discípulos do Império Soviético, cujo único objectivo era o de mover os seus países para a área de influência comunista...

Não haverá forma de travar este chorrilho de atitudes que apenas  nos envergonham...?

Prof. Marcelo, faça um favor a si próprio: Pare para avaliar os seus impulsos antes de actuar, pois as sondagens vão dando nota da sua vertiginosa perda de popularidade, coisa que parece sobrevalorizar, mas que de facto não vale NADA, arriscando-se assim a ficar na História como o pior Presidente da nossa Democracia, um videirinho com tendência para atitudes ridículas e que passou os 10 anos dos seus mandatos a desprestigiar a instituição Presidência da República...!!!

domingo, 11 de dezembro de 2022

O SONHO DOS DESVALIDOS

 Na ressaca da derrota sofrida às mãos de uma equipa Marroquina, que pese a eficácia pratica um futebol bem feio, todas estas emoções foram azedadas por uma campanha pusilânime que foi desenvovida em torno do melhor futebolista do Mundo - falo evidentemente de Cristiano Ronaldo.

Ao ler as várias opiniões e observando fotografias, parei nesta com a sensação de que a fotografia, embora me comovesse pela sua singela ingenuidade, continha ali uma mensagem que urgia descodificar.

Uma criança Africana, aí de uns 4 ou 5 anos, na falta de uma camisola fizera pintar com tinta branca na sua pele cor de ébano o n⁰ 7 e a palavra Ronaldo.

E de repente fez-se luz: Aquela criança, um dos milhões de desvalidos deste mundo, decidira viver um pouco de um sonho improvável.

Cristiano fora um menino como ele, pobre, nascido numa ilhota no meio do Atlântico, a quem estatística pura e dura retirava qualquer esperança de ter um destino diferente dos outros meninos da sua rua, condenados à pobreza, senão à indigencia.

Só que Ronaldo descreu da estatística, e com uma  vontade férrea jurou a si próprio que queria ser o melhor futebolista de sempre.

Embarcou sózinho com 13 anos para Lisboa e pela mão do Sporting Clube Portugal, iniciou então aquilo que a história nos conta, uma carreira brilhante, plena de trabalho e sacrifícios, até atingir o topo dos topos, cumulado de honrarias, prémios e abundância.

É esta história e este exemplo que sobressaem da pintura nas costas desta criança. Algo que lá no fundo lhe diz que mesmo nas dificeis condições e adversidades que Ronaldo enfrentara, afinal não era impossível conseguir sublimar a sua condição de desvalido e obter o sucesso e as regalias que lhe são adjacentes, pois alguém já o tinha feito antes e desbravara um caminho de que pelo menos provou que existia.

É curioso observar as massas de adeptos, nos estádios e fora deles, a quantidade de crianças com a camisola que ostenta o orgulhoso n⁰ 7 e a palavra "Ronaldo".

Sim, Ronaldo é o ídolo indiscutido de milhares de crianças e jovens de todo o mundo, um ídolo  virtuoso que os inspira e faz soar nos seus subconsientes uma campaínha que lhes lembra que há um caminho, um caminho duro mas possível, e o seu exemplo é a prova disso.

É pois essa a mensagem de esperança que consola os mais frágeis, e que leva uma criança nos confins de África a pintar nas costas o n⁰ e nome do seu ídolo, e quem sabe, a inspirá-lo a alterar um destino trágico que aparentemente já estava traçado.

Independentemente de o futebol ser aparentemente algo de importância relativa, acaba por assumir neste caso, uma dimensão da maior relevância.

Obrigado Ronaldo por teres demonstrado que afinal tudo é possível e de que há sonhos que podem transformar o mundo.