quinta-feira, 4 de dezembro de 2003

REFLEXÕES SOBRE A VIDA.
De um modo geral oiço as pessoas a queixarem-se da vida. Queixam-se dos políticos, queixam-se dos patrões, queixam-se dos empregados e queixam-se mesmo delas próprias.
Quando encontro alguém e lhe pergunto como vai, a resposta é invariávelmente a mesma: “Cá vou andando...”, isto dito com ar contristado e sofredor. Eu acho mau viver assim.
Se eu fizer um balanço da minha vida chego a conclusões que acho animadoras: Nunca fiz parte de minorias reprimidas, como e bebo razoávelmente todos os dias, vivo numa casa razoável que me proporciona uma boa dose de conforto, tenho um carro confortável e que me transporta com economia até onde me apetece, ando vestido, agasalhado e calçado, enfim... Usufruo daquilo que grande parte dos portugueses usufruem e que geralmente acham que é pouco.
Pergunto-me como se queixariam eles se tivessem nascido no seio dos 80% da humanidade mais miserável, aquela que não come, não bebe, tem frio e vê os filhos morrerem de fome e doenças. Como se queixariam nestas terríveis circunstâncias?
Estou longíssimo de sêr rico, estou a anos luz de ter o meu breve futuro garantido, tive uma vida complicada q.b. ( nem vos passa pela cabeça!) e no entanto acho que seria um perfeito idiota mal agradecido se não estivesse profundamente grato ao que a vida me tem proporcionado.

Diário de Bordo da Nave Espacial "Terra" - Tempo Estelar da Nova Era - 4 de Dezembro de 2003

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