terça-feira, 2 de dezembro de 2003

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DA VIDA.
Durante estes dias de ausência, passei por uma provação terrível: Um dos meus netos mais pequenos foi brutalmente atropelado!
Felizmente o perigo passou, e apesar das fracturas e dos pontos, recupera com a surpreendente rapidez de uma criança de seis anos.
Recebi o telefonema desesperado da minha filha ao fim da tarde, saltei para o carro e fiz trezentos e tal kilómetros de enfiada, direito ao hospital.
Quando vi aquele corpinho pequeno, magrinho e frágil, dilacerado pelo metal e com uma expressão de perfeito pavôr nos olhos, mais do que qualquer outro sentimento, apercebi-me de quanto a Vida é um bem frágil e efémero, podendo apagar-se de um corpo da mesma forma como se sopra a chama de uma lamparina.
Dada a brutalidade do acidente e considerando que as consequências foram quase irrisórias, em função da tragédia que se chegou a prever, arrependi-me dos posts que arrogantemente me atrevi a escrever acerca da eventual natureza de Deus.
De facto, com a minha idade e experiência, já deveria sabêr que há coisas que não devem ser desafiadas.

Diário de Bordo da Nave Espacial "Terra" - Tempo Estelar da Nova Era - 2 de Dezembro de 2003

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