sexta-feira, 26 de setembro de 2003

VIVERMOS E PENSARMOS COMO PORCOS.
Eduardo Prado Coelho publica hoje no Publico um notável texto que me fascinou. Não tanto pela forma, ou mero conteúdo, mas pelo assunto que aborda.
"Vivermos e pensarmos como porcos" é o título de um livro de Gilles Châtelet agora publicado entre nós. O autor, de sólida formação académica, aborda conceitos fascinantes, e nas quais, a julgar pelas citações, me revejo de forma perturbante. O link para o artigo está disponível e aconselho vivamente a sua leitura. Mas há citações de tal forma fortes e realistas, que não resisto a reproduzi-las:
"O homem médio é aquele que aceita viver "como os porcos" - sem sentido da singularidade, sem um ideal que o apaixone, sem o valor da heroicidade. A formação do "homem médio" cria o individualismo metodológico e a teoria dos jogos aplicada às ciências sociais. Mas cria sobretudo a obsessão do consenso. O homem médio articula três realidades: "Foi ao articular essas três entidade temíveis - o Número Ventríloquo da 'opinião', o Número pestanejante dos 'grandes equilíbrios socioeconómicos', e finalmente o Número-Cifra da estatística matemática - que ele se tornou a peça principal da cretinização".
E segue mais à frente:
"Ao homem médio contrapõe-se o "homem qualquer", aquele é igual a qualquer um, mas igual pela singularidade absoluta de que cada um é capaz. O homem qualquer está no campo dos heróis, anónimo e singular: é ele apenas porque é ele, mas nesta diferença absoluta está tudo aquilo que faz que certos homens continuem a ser, no meio do estupidificante individualismo de massas, "florestas que caminham".
Bom, EPC acha que o livro é panfletário e consequentemente um pouco eivado de demagogia. Eu cá não quero saber disso para nada! Estou doidinho para ler o livro.
Não se esqueçam que faço anos em Novembro, está bem?

Diário de Bordo da Nave Espacial "Terra" - Tempo Estelar da Nova Era - 26 de Setembro de 2003.

Sem comentários: