terça-feira, 16 de setembro de 2003

DESILUSÕES E ILUSÕES.
O meu falecido Pai tinha uma máxima, um pouco à moda de Monsieur de La Palisse, a qual rezava que só sofríamos uma desilusão, se primeiro nos tivéssemos iludido. Não parece lá grande coisa, mas é bastante útil e ao longo dos anos poupou-me um rôr de desilusões. Terá feito de mim um sêr um tanto ou quanto misantropo e egoísta, mas a verdade é que me deu um jeitão!
Vem isto a propósito da recente polémica que estalou entre José Pacheco Pereira e o CDS-PP, mais concretamente, Paulo Portas.
Sou indubitável e indefectívelmente um homem de direita, mas seguindo a máxima do meu Pai, nunca me iludi com Portas. É trabalhador, é certo, mas também um narciso, tôrto, populista e demagogo q.b. Quanto a Pachêco Pereira, apesar do seu passado esquerdista (faz-me sempre confusão!), foi-me ganhando a confiança ao longo dos anos, com posições coerentes, sérias, inteligentes e suficientemente não-alinhadas para inspirar um módico de confiança e admiração.
Lá está! Desiludi-me!
Não que as afirmações de JPP em reacção ao discurso de Portas não tenham razão de sêr, só que a maneira e o tom em que foram formuladas, revelam um tal ódio, destilam tanto fel, que só podem ser interpretadas como uma vingança privada, carregada com as piores côres do espectro do "revanchismo" político e pessoal.
Pela parte que me toca, fico com pena.

Diário de Bordo da Nave Espacial "Terra" - Tempo Estelar da Nova Era - 16 de Setembro de 2003

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