segunda-feira, 15 de setembro de 2003

CRISE DE IDENTIDADE.
Uma velha e querida amiga, culta e com sentido de humor, mantém de vez em quando comigo longas conversas/discussões de carácter filosófico.
Aqui há uns anos, após um aceso debate ela chegou à espantosa conclusão de que eu era um anarquista de direita! Bizarra combinação, é certo, mas no fundo não tão descabida quanto possa parecer. Na altura deu para a risota e ficou-se por aí. Algum tempo passado, após novo debate, este de cariz mais religioso e teológico, apelidou-me de nihilista... místico, imagine-se! Depois o assunto virou mesmo brincadeira e ainda há poucas semanas fui apodado de jovem avôzinho!
Enfim... As circunstâncias nas quais tudo isto se passou foram divertidas, agradáveis e profundamente sãs, mas no entanto deram-me que pensar.
De facto, todos os adjectivos, aparentemente inconciliáveis, que me têm sido atribuídos ao longo desta brincadeira, acabam por se aplicar, em maior ou menor grau, o que me leva a interrogar se de facto eles são bem aplicados, se são realmente tão antagónicos como aparentam ou se sou eu que tenho uma parcimoniosa dose de esquizofrenia ainda não detectada.
Parece-me que nenhuma das hipóteses é correcta! A minha teoria acerca desta crise de identidade filosófica, reside numa espécie de omelete entre o meu ego e o meu alter-ego.
Que raio de receita! Será assim tão estranha e insólita?

Diário de Bordo da Nave Espacial "Terra" - Tempo Estelar da Nova Era - 15 de Setembro de 2003

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