Tempos houve que no Reino Unido, para se ser parlamentar era exigido ter fortuna e distinção social. Desta forma, que parece pouco democrática, os Ingleses preveniam que quem fosse para a política, o fosse por ascenção social ou em busca de dinheiro, este proveniente, ou de fundos públicos ou de mera corrupção.
Realmente,
no nosso actual panorama político, grassam políticos profissionais, que mais
nada sabem fazer do que pensar na sua ascenção pessoal ou no aumento
considerável do seu pecúlio. De facto, uma fugaz passagem pela política, tal
como ela exercida em Portugal, constitui uma garantia vitalícia de vantagens e
prebendas que mais nenhum cidadão consegue alcançar pelos lícitos méritos do
trabalho.
Passados
os anos quentes do PREC, em que os desmandos e a novidade da situação
proporcionaram momentos de grande azáfama política, rápidamente o exercício da
política foi totalmente sequestrado pelos partidos que se instalaram,
sustentados pelos impostos de todos nós, e que apoiados por vastos aparelhos
clientelares, tudo ditam e decidem neste nosso pobre Portugal, capturado pelos
interesses de minorias que se constituiram numa oligarquia blindada ao
exercício da cidadania no seu mais amplo sentido.
Assim,
o exercício da cidadania em Portugal, a pouco mais se resume do que a regular
pregerinação até às mesas de voto, e alegremente escolher os opressores que nos
vão oprimir, comer e engordar à nossa custa, e no fundo, ficar felizes por
sermos roubados pelo “nosso” ladrão e não pelo ladrão do vizinho.
É
triste, mas se for perguntado a qualquer Português quem foi o deputado que o
seu voto ajudou a eleger, ele não o saberá, e nem o poderá saber, uma vez que o
sistema foi desenhado para que sejam as lideranças partidárias a elaborar as
listas eleitorais e assim perpetuarem o fluxo bilateral de tráfico de
influências e favores.
A
tremenda iletracia política nacional, a par de uma iletracia generalizada,
acaba fatalmente por entregar o poder aos incompetentes que melhor se souberam
mover nas turvas e mal cheirosas águas dos pântanos partidários, que a salvo de
qualquer incómodo, tratam mas é das suas vidinhas.
Este
sistema, que a todos embriagou com a palavra “LIBERDADE”, tutelou-nos de tal
forma, que essa Liberdade se tornou uma palavra vazia de sentido.
Afinal
que Liberdade temos nós? A de escolher quem nos vai espoliar? A de decidir quem
vai engordar à conta dos nossos impostos?
Criaram
um endividamento astronómico, do qual de certeza se locupetaram com grossas
comissões e comprometeram de forma séria as próximas duas ou três gerações.
Será possível pedir-lhes responsabilidades? Está visto que não! Basta ver a
impunidade com que se passeiam por aí, sem vergonha na cara, dizendo que foram
legitimamente eleitos pela maioria dos Portugueses.
Políticos
e renomados economistas, travestidos de Ministros das Finanças, assinaram
tratados Europeus ruinosos sem nunca perguntar nada ao Povo. Trocaram a nossa
soberania por um prato de lentilhas e agoram tocam com insistência na tecla da
inevitabilidade para justificarem a continuada, e aparentemente inexorável
queda para o abismo.
Como
explicar que nos tivessem implicado na aventura da moeda única, sabendo da
fragilidade da nossa economia perante as fortes economias do Norte, que como os
eucaliptos, tudo secariam à sua volta? Será que foram tão crédulos que
acreditaram na solidariedade Europeia? Não acredito! Provávelmente foram só
ingénuos, idiotas e incompetentes.
É
esta a democracia que tanto elogiam? Justificará este sistema os sacrifícios
que nos são exigidos, a troco da parca vantagem de dizermos o que pensamos e ir
para a rua gritar impropérios contra a classe política?
Se
querem Democracia a sério, então tratem de exigir uma Justiça a sério, capaz de
punir os desmandos de quem está incumbido de tomar as decisões. Deixem-nos
saber quem é o peralvilho que o voto de cada um ajuda a colocar no poleiro e
criem-se condições de o tirar de lá quando o eleitor achar que foi defraudado.
Tornem a Constituição menos rígida e mais consentânea com o andar dos tempos.
Um documento barrôco, como lhe chamou António Barrêto, tão carregado
ideológicamente, jamais conseguirá dar a agilidade necessária ao País para
enfrentar a alcateia que nos rodeia e os vampiros que nos atacam.
Por
fim tenham a CORAGEM de denunciar esta falsa democracia e deixem de elogiar de
forma reverencial todo um regime que para nada tem servido para além do esbulho
do Povo.
Sim,
sem medo e desasombradamente, daqui proclamo: A NOSSA DEMOCRACIA É UMA FRAUDE!
2 comentários:
Excelente
Caro Zé, excelente texto, no meu ponto de vista, digno, de um digníssimo descendente do nosso querido Eça de Queiroz, este, ainda por enquanto a salvo, das hordas esquerdistas, na sua sanha de destruição, de tudo, o que representa o passado histórico e cultural, do nosso país. Mas esta esquerdalha, nunca, mas nunca mesmo, fará parte, da história, do nosso país, pelo menos enquanto esta for escrita por verdadeiros historiadores, e não por historiadores facciosos, vindos da esquerda, tal como, por exemplo Fernando Rosa.
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