Não sou budista, mas entendo quanto é sedutora uma filosofia, tornada religião, que professa os valôres fundamentais de uma moral universal: O respeito pela vida em todas as suas manifestações, o profundo respeito e amôr ao próximo, a tolerância e a apologia da não-violência, levada às suas últimas consequências.
Esta história, que tão bem conhecia, levou-me a pensar de novo no que estará errado na nossa sociedade, no que gera os conflitos, no que nos torna intolerantes.
No fundo, a verdade é que nos custa aceitar os que não pensam como nós, os que não agem como nós e os que não são como nós.
Esta reflexão, apanhou-me ao adormecer, pensando se não deveria ser mais consensual, ou talvez menos conflituoso, naquela "twiligth zone" em que a política e a vida pública se misturam de forma quase osmótica com o espírito e a moral.
Hoje, esperando num consultório médico a hora de ser atendido, passei os olhos naquelas revistas "jurássicas" que se amontoam normalmente nas salas de espera.
No meio daquele monte confuso de papeis, uma pequena publicação, quase artesanal, chamou-me a atenção. A data era de 1988 (!) e o nome a "Cruzada".
Curioso passei-lhe uma vista de olhos. É uma publicação católica, simples e "naíf", com artigos díspares sobre a Igreja Católica, vidas dos santos, testemunhos de fé, etc... Um desses artigos, recordando a personalidade do Papa Paulo VI, reproduzia o seu testamento, que eu li com interesse.
A determinado passo, diz Paulo VI:
"Sobre o mundo: Não se julgue que é
ajudá-lo adoptar-lhe os pensamentos, os costumes e os gostos, mas sim
estudá-lo, amá-lo e servi-lo."
Apercebi-me de súbito que esta pequena passagem respondia em grande parte às
interrogações com que tinha adormecido na véspera.
Cáspite! Como me foi aparecer à frente uma publicação de 1988 com tão singular texto?
Cáspite! Como me foi aparecer à frente uma publicação de 1988 com tão singular texto?
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