quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

LIBERAL... SEMPRE LIBERAL...!

Nos próximos dias 20 e 21 de Janeiro uma onda Liberal percorrerá a Zona da Junqueira, convergindo para o Pavilhão de Congressos com o elevado intuito de decidir as futuras linhas de actuação da Iniciativa Liberal, face à actual composição da AR e ao crescimento da sua presença parlamentar com a expressiva subida de 1 para 8 deputados.

A declaração pública da indisponibilidade de Cotrim Figueiredo em continuar a assegurar a Presidência da IL, tendo logo de seguida apoioado um sucessor  numa estranha manobra sucessória a lembrar uma actuação proto-monárquica, apanhou o Partido de surpresa e foi acatada com estranheza no seio de um partido que reclama ser o arauto do Novo Liberalismo.

Após esta pequena contextualização, que é do conhecimento geral, encaremos então o que está em jogo  nesta VII Convenção da Iniciativa Liberal.

Logo após a confirmação da disponibilidade do Delfim de Cotrim de Figueiredo, Rui Rocha, avançou Carla Castro e José Cardoso também. Confesso não conhecer José Cardoso nem a sua moção, mas já que o foco mediático incide sobre os doIs primeiros, apenas a eles me referirei nesta presunçosa tentativa de escrever uma crónica.

Bem vistas as coisas, num partido tão ideológico e programático como a IL, dificil seria encontrar em ambas as moções contradições ou desvios no objecto principal das suas intenções,  muito bem resumido no slogan "O Liberalismo Funciona e Faz Falta em Portugal". A necessidade de chegar a novos eleitorados - uma das legítimas preocupações de Cotrim Figueiredo - acabou por se tornar o Alfa e o Ómega de ambas campanhas, diferindo bastante nos métodos propostos para alcançar esse objectivo.

Simplificando a enorme quantidade de argumentos expendidos, enquanto Rui Rocha aposta em força nas novas tecnologias e redes sociais, Carla Castro previligia o contacto pessoal através dos Núcleos Territoriais e autarcas da IL eleitos, criando assim uma rede de contactos de proximidade que se deve expandir e consolidar, sem abdicar da internet ou das redes sociais.

Cada proposta tem os seu méritos, mas a quase restrição dos contactos a serem feitos através de meios electrónicos, encerra os seus riscos: Em primeiro lugar cria uma quase exclusividade da informação obtida aos membros que vão gerir o processo, além de que a conhecida iletracia de uma parte considerável do Povo Português pode constituir um enorme obstáculo à eficiência do programa se as pessoas não forem capazes de entender o que lá está escrito e proposto. Já uma rede organizada através dos Núcleos e Autarcas poderá alcançar menos gente, mas com o potencial de atracção mais elevado, pois no contacto directo a mensagem torna-se muito mais pessoalizada, mais adaptada ao seu alvo, criando assim uma comunidade e não uma hierarquia.

Numa perpectiva mais geral, seria um enorme erro segmentar o eleitorado potencial através das suas capacidades sociais, intelectuais ou financeiras, pois um eleitor é isso mesmo, apenas um eleitor e pode sempre ser  encontrado em qualquer meio, seja urbano, universitário, funcionário, agricultor ou professor universitário, etc... sendo que muitos destes se encontram naquela massa de mais de 50% dos Portugueses que têm optado pela abstenção

Assim, de uma forma simplista, não tenho dúvidas em votar em Carla Castro, cujo profundo conhecimento dos meandros parlamentares e das idiosincracias próprias de qualquer grupo parlamentar, a sua relação com as bases é estreita e já curtida pelo tempo.

Desejo felicidades a ambos, e ganhe quem ganhar, no dia 23 de Janeiro voltaremos à normalidade, trabalhando em prol da IL sob as orientações do novo Presidente, seja ele quem o destino e os militantes escolherem.

2 comentários:

Filipe Rocha disse...

Caro Eça,
Fazes uma análise simples e objetiva do que tantos acham complicado.
Consegues ver através do nevoeiro das exaltações e da propaganda.
Um forte abraço liberal!
Filipe Rocha

Anónimo disse...

Obrigado Filipe