quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

LIBERAL... SEMPRE LIBERAL... 2.0


Com atenção redobrada escutei este 1⁰ debate a três mãos que incluiu o 3⁰ Candidato á Presidência da Iniciativa Liberal, José Cardoso. Como de costume não tirei notas, mas relevei  alguns aspectos que cada vez mais reforçam aquilo que o meu íntimo me aconselha: Apoiar e votar em Carla Castro. 

Para que este texto não seja confundido com um mero folheto de campanha, abaixo tentarei fundamentar estas opiniões, que no fundo, mais nada são que isso, apenas opiniões. 

Começo por saudar José Cardoso, que eu não conhecia mas que me pareceu um homem sério e conhecedor dos mecanismos internos do partido, com uma postura demasiado teórica e institucional e cuja moção não se debruça sobre aspectos muito concretos, preconizando a reestruturação do partido, mais sobre o ponto de vista organizativo e  burocrático, algo que não parece útil nesta fase. Há boas ideias, mas que podem ser implementadas a médio e longo prazo.


Pela 2ª vez ouvi Rui Rocha dizer que quer acabar com o bipartidarismo. O objectivo é ambicioso, mas encerra um perigo mortal. Como qualquer observador informal perceberá, hoje em dia o bipartidarismo perdeu muito do seu sentido na Europa e as forças partidárias de menor expressão têm de escolher a sua trincheira. Por esta razão, com o extremar das posições à Direita e à Esquerda, o Centro desapareceu em combate, e o que resta tenta fugir da Terra de Ninguém, aquela onde é atacada pelos dois lados. Basta ver as esdrúxulas alianças partidárias que governam por essa Europa fora. Assim, como realisticamente é de prever que a IL não tenha rápidamente expressão eleitoral para liderar uma aliança, acabará por ser a força "apoiante" e não a força "apoiada". Lembram-se do que aconteceu ao Ciudadanos em Espanha e ao CDS por cá? É que nesta circunstância, o partido que lidera torna-se um eucalitpo que acaba por secar tudo o que lhe está próximo. Essa é uma perigosíssima estratégia de poder que pode dar muito maus resultados.

A questão da solução política encontrada nos Açores apenas não embaraçou José Cardoso. Enquanto Rui Rocha e Carla Castro se perderam na dialética sobre  não aceitarem que o Modelo Açoriano possa ser replicado na Madeira ou na República, José Cardoso exprimiu aquilo que é lógico: Acordos com o PSD, ok. Se o PSD quiser lateralmente acordar com o Chega, então problema já não será da IL mas sim do PSD. Aliás, embora eu não me identifique em NADA com o Chega, acho que se o TC legalizou a sua existência, porque é que tratamos o PCP melhor que o Chega? É por o PCP ser Democrata? Não temos de ser amigos, mas acho esta hostilização permanente um exagêro.

Chegamos então à verdadeira questão: A expansão da nossa base eleitoral.

Esperar que o PS ou o PSD alterem significatimente a lei eleitoral é mais ingénuo do que acreditar no Pai Natal. Todo este sistema foi criado para beneficiar os dois maiores partidos e nenhum deles jamais desistirá desse previlégio. Assim onde pode a IL buscar mais votos? O PSD já foi bem sangrado e se Montenegro não abrir uma crise, o que já foi transferido por cá ficará e sobre o CDS nem vale a pena falar. Assim o mercado ficou muito estreito, resumindo-se essencialmente ao recém chegado voto jovem que anualmente atinge a maioridade e ao gigantesco mundo da abstenção.

O voto da juventude recém chegada deverá ser potenciado através de sub-grupos criados nas diversas universidades, que são os viveiros de cidadania e o alfobre de gerações que podem ser captadas pela comparação dos cenários possíveis para o seu futuro, sublinhando que está na sua mão uma real alternativa à emigração.

Sobra então uma larguíssima faixa de população que ronda os 53% que pura e simplesmente não vota. É o enorme grupo do abstencionismo, que se devidamente identificado, localizado e acompanhado, apresenta perpectivas imensas. Há que saber chegar lá e apelar ao voto na IL, e se é verdade que as redes sociais e os portais poderão ajudar, acho que o contacto social, verdadeiro, empático e dirigido, poderá ter resultados surpreendentes.

E com estas reflexões espero que  os dias 20 e 21 nos tragam a possibilidade de um futuro auspicioso que emergirá do  voto informado e soberano de TODOS os  militantes com vista a um Portugal melhor, livre de ideologias colectivistas, que embora prometa uma mais justa distribuição das riquezas, a única coisa que distribui é a miséria que sempre produz.

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