Para meu
sossego pessoal, acabou finalmente o XX Congresso o PS, e com ele, o fim das
exaustivas transmissões de directos, feitas pelos pouco imaginativos canais
dedicados à informação.
Desse
exercício de onanismo colectivo, feito à sombra da mãozinha masturbadora do
símbolo do PS, pouca coisa sobrou, mais não sendo do que a aceitação da
paternidade de António Costa por uma infinidade de órfãos do poder.
Para lá dos
patéticos discursos do saudosista Manuel Alegre e do ultrapassado Ferro
Rodrigues, resta-me pois falar um bocado sobre o discurso de António Costa.
De notar,
dois tabús: O deliberado esconjuro do nome de José Sócrates e a omissão do nome
de Hollande, aquando as elégias aos partidos socialistas Europeus,
compreensível, mas no entanto, cobarde.
Costa falou,
falou, mas disse muito pouca coisa.
Apresentou o
habitual discurso estafado e carregado de "wishfull thinking" do
costume, afirmando a necessidade de apostar no crescimento e na diminuição do desemprego,
conservando o tradicional mistério de explicar
como o conseguir.
Insstiu no
estafado slogan da Agenda para a Década, esquecendo que o PS não conseguiu
sequer manter o compromisso sobre o IRC por mais de meia dúzia de meses.
Insistiu numa Agenda Europeia irrealista, afirmando ser esse o seu futuro campo
de batalha (exactamente o mesmo erro de Hollande cometeu!), martelando uma
tecla que sabemos só poderá ser acionada, se e quando nos for permitido.
Insiste que
o projecto Europeu tem de voltar ao seu figurino inicial, sem cuidar que esse
figurino falhou pelo facto de ser irrealista e baseado em premissas de
crescimento que já não são reais e de uma demografia que as não pode sustentar.
Resumindo:
Costa oferece uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, ao som de um
paroxismo primário e ululante de uma turba, que de punho erguido, grita
"PS, PS, PS...", como se essa atitude fosse a sinecura de toda a
incompetência e irresponsabilidade políticas que o seu Partido exibiu ao longo
de quatro décadas.
De resto, o
que sobrou foi um conjunto de lugares comuns, baseados em flagrantes da vida
real, num assomo de demagogia e populismo, nos quais foram misturadas crianças
com penhoras, famílias monoparentais com aumentos de IMI, numa insuportável
mistura de problemas que só podem ser resolvidos com mais despesa e menos
receita.
Alguém
poderá conceber populismo maior do que, a meio de um discurso político,
convocar Maria do Céu Guerra ao palanque, para que ela nomeasse as mulheres
assassinadas em contexto de violência doméstica? Uma verdadeira infâmia que usa
como arma política o sofrimento e a desgraça alheias. É que isto, para lá de
populismo desbragado, raia a fronteira do ultrajante...!
E em resumo,
o que Costa oferece, espremido, espremidinho, resume-se... a nada!
E foi isto
que o chamado "Povo Socialista" aplaudiu com entusiasmo, perante o
olhar embevecido de velhos maçons "históricos", a cheirar a naftalina
e a gemer com reumático.
São estas
portanto, as promessas do "messiânico" Costa, que clama despudoradamente
por uma maioria absoluta, sem sequer se dignar a dizer o "como",
limitando-se a prometer o "quê".
Que alguma
lucidez ilumine os Portugueses na hora do voto, pois de contrário, estaremos
condenados à miséria e à subserviência por várias décadas, remetidos à condição
de párias e incompetentes a que as políticas levadas a cabo pelo "detido
nº 44", de quem Costa foi o lugar-tenente, e que objectivamente nos
lançaram na 3ª bancarôta em 40 anos, sempre pela prestimosa e predulária mão do
Partido Socialista.
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