Esta fábula, com uma moral inoxidável, veio-me ao pensamento
após ter lido hoje no jornal que uma tese perfilhada pelo inefável Garcia Pereira – eterno candidato
do PCTP/MRPP – conseguiu que a Comissão Nacional de Eleições lhe desse razão
numa queixa que ele apresentara sobre a descriminação dos pequenos partidos, por
parte dos principais orgãos de comunicação social, durante a campanha eleitoral das
últimas Legislativas. A pressourosa CNE, não só aceitou as razões de Garcia
Pereira, como enviou a queixa para a Procuradoria Geral da República.
Ora isto tudo nos custa um dinheirão! Não só a manutenção
destes pequenos partidos, que recebem subvenções, têm sedes à borla e são
subsidiados nas campanhas eleitorais, como agora o desvio de recursos da PGR
para uma queixa, que suspeito seja rápidamente arquivada, pese o “carnaval” que
Garcia Pereira provávelmente montará.
Existem em Portugal neste momento 14 patidos políticos ou
coligações reconhecidas pelo Tribunal Constitucional. A Lei dos Partidos Políticos,
para além daquele relambório habitual, foca-se básicamente em dois pontos: Para
requerer o reconhecimento de um partido, são necessárias 7.500 assinaturas, coisa
que não parece complicada, não cuidando da consistência dessas assinaturas.
Para a sua extinção, além da vontade própria ou por defenderem princípios
incompatíveis com o Estado de Direito, esta acontece se o numero de filiados se
tornar inferior a 5.000, devendo o TC verificar regularmente esta situação,
coisa que sinceramente duvido que o faça.
Não haja confusões! Não se trata de votos expressos em
eleições, trata-se sim de uma verificação séria de militantes activos e suponho
eu, com as quotas em dia.
Não acredito, por exemplo, que o Partido dos Amigos dos
Animais, o Partido da Terra ou mesmo o PCTP/MRPP (que no fundo mais parece um
partido unipessoal) consigam apresentar 5.000 militantes no activo e por
conseguinte, pergunto-me como seria possível levar o TC a questionar esta
situação, não só por motivos do esbulho das finanças públicas, como por uma
mera questão de higiene política.
Ao contrário da fábula, aqui a rã continua a inchar, a
inchar cada vez mais, pois aparentemente, o não cumprimento de preceitos da Lei
dos Partidos Políticos, dá-lhe uma resistência inusitada que inibe o seu
natural rebentamento.
Por último, quem não foge ao ridículo é a CNE, essa sim, que
deveria recolher dados objectivos dos partidos e não as suas meras declarações,
que mesmo falseadas, provávelmente serão sempre aceites como boas.
E assim vão as coisas por cá, gastando olimpícamente
dinheiros públicos com quem, que por falta de massa crítica, não trás qualquer mais
valia política ao País.
Os pequenos partidos a inchar na proporção do chinfrim que
fazem, e os grandes, dado que estes não lhes fazem sombra, ignoram com sobranceria
esta situação, e como de costume, o Zé paga... e não bufa!
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