tag:blogger.com,1999:blog-56263742024-02-07T16:54:23.295+00:00O Velho da Montanha Pontos de vista de um estranho no mundo da Blogosfera. Relatos de um simples marinheiro da nave espacial "Terra" em viagem pelo Universo profundo.Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.comBlogger249125tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-84709814429420925062023-11-08T01:56:00.003+00:002023-11-08T01:58:09.022+00:00CARTA ABERTA AOS QUEIROSIANOS, E NÃO SÓ...<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn7dhIKPUSjEgzvaWNkCt8OlRkJRub340Nw_Eoe5tl7Q61zfHEVYwvp6tCN4AFCSWGoX73BEeRtUsKCd0ha7sTqP9TG0L8wdJZF8JCsKTy-rmsQVMwUiY7TXq1fMrB-hTg-8dvr4PxD4qor-rZUk3dxhRN2DfoObct9SAcUVDRmmAiq8CIxpW8/s712/FB_IMG_1694815711571.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><span style="text-align: left;"></span></span></a><span style="font-family: arial;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn7dhIKPUSjEgzvaWNkCt8OlRkJRub340Nw_Eoe5tl7Q61zfHEVYwvp6tCN4AFCSWGoX73BEeRtUsKCd0ha7sTqP9TG0L8wdJZF8JCsKTy-rmsQVMwUiY7TXq1fMrB-hTg-8dvr4PxD4qor-rZUk3dxhRN2DfoObct9SAcUVDRmmAiq8CIxpW8/s712/FB_IMG_1694815711571.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZbYCs0_V3bi6KDECOPvAfnIYWcCvdK3hnuendTcK6Oh8d2Ro6lhZINa-TjN6PI-rYjt7kGcDPUj9OIeVj3NMAybq0TI7j3frOSLhcDID99fhU3M-VqZt5juC1UGipXyv64EaE06ah0dsgDrbbLI9ITJQn9FE78V-WOlWiEobXhsaxJwTHx8H3/s712/FB_IMG_1694815711571.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="712" data-original-width="450" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZbYCs0_V3bi6KDECOPvAfnIYWcCvdK3hnuendTcK6Oh8d2Ro6lhZINa-TjN6PI-rYjt7kGcDPUj9OIeVj3NMAybq0TI7j3frOSLhcDID99fhU3M-VqZt5juC1UGipXyv64EaE06ah0dsgDrbbLI9ITJQn9FE78V-WOlWiEobXhsaxJwTHx8H3/s320/FB_IMG_1694815711571.jpg" width="202" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZbYCs0_V3bi6KDECOPvAfnIYWcCvdK3hnuendTcK6Oh8d2Ro6lhZINa-TjN6PI-rYjt7kGcDPUj9OIeVj3NMAybq0TI7j3frOSLhcDID99fhU3M-VqZt5juC1UGipXyv64EaE06ah0dsgDrbbLI9ITJQn9FE78V-WOlWiEobXhsaxJwTHx8H3/s712/FB_IMG_1694815711571.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><br /></a><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: center;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: center;">Mais de 123 após a sua morte, José Maria Eça de Queiroz, nosso bisavô, volta a ser incomodado no seu eterno descanso.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tendo este caso gerado polémica inesperada, pontuada por por desinformação, alguns destratos e até referências calunioosas, a nosso ver escusadas e que apenas ficam com quem as fez.</div></div></span><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sobre isto cumpre-nos esclarecer alguns pontos importantes, mas pouco abordados</div></span></div></div><div id="copyFragmentChild"><div class="Collapsible__contentInner"><p class="ADBE_CM_adbe_text_0001 ADBE_CM_adbe_style_000003 ADBE_E_P" data-page="1" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Em 1⁰ lugar é preciso esclarecer de que a Fundação Eça de Queiroz (FEQ), sediada no Concelho de Baião, não representa nem nunca representou a família do escritor, sendo uma sociedade de direito privado conjunturalmente presidida por um trisneto de Eça a quem não compete sequer pronunciar-se sobre o assunto à luz da lei vigente. Fica pois claro que a FEQ não tem direitos de representação da família nem sobre os restos mortais do escritor que está enterrado junto à sua <span data-alt-text="fi">fi</span>lha no cemitério de Santa Cruz do Douro – e de que a Fundação é apenas <span data-alt-text="fi">fi</span>el-depositária. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0001 ADBE_CM_adbe_style_000003 ADBE_E_P" data-page="1" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Como é sabido, Eça de Queiroz morreu em Paris em 1900. Foi trasladado para Portugal onde <span data-alt-text="fi">fi</span>cou depositado no jazigo da família Rezende – família da sua mulher – aguardando a decisão de sua viúva sobre o local de<span data-alt-text="fi">fi</span>ni<span data-alt-text="ti">ti</span>vo que seria a sua úl<span data-alt-text="ti">ti</span>ma morada. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0001 ADBE_CM_adbe_style_000002 ADBE_E_P" data-page="1" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Passou-se o tempo, a nossa bisavó morreu, e os <span data-alt-text="fi">fi</span>lhos aceitaram que as coisas <span data-alt-text="fi">fi</span>cassem como estavam. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0001 ADBE_CM_adbe_style_000004 ADBE_E_P" data-page="1" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Em 1989, por razões que não nos dizem respeito, a família foi Informada pela Câmara de Lisboa de que o jazigo ia mudar de mãos, e onde se perguntava também que des<span data-alt-text="ti">ti</span>no iriam ter os restos mortais do nosso antepassado. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0001 ADBE_CM_adbe_style_000004 ADBE_E_P" data-page="1" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Nessa altura, foram consultadas as netas sobrevivas, e o<span data-alt-text="fi">fi</span>ciosamente o então Presidente da República Dr. Mário Soares , perguntou se aceitariam a trasladação para o Panteão Nacional – eram pois as herdeiras mais próximas – e por unanimidade a sugestão foi recusada pelas herdeiras tendo então o corpo sido enviado para o cemitério de Santa Cruz do Douro, Concelho de Baião junto à quinta que Eça mi<span data-alt-text="ti">ti</span><span data-alt-text="fi">fi</span>cou no seu romance “A Cidade E As Serras”, pelo que se pensou que o assunto <span data-alt-text="ti">ti</span>nha <span data-alt-text="fi">fi</span>cado resolvido por quem de direito e que não iria ressurgir inopinadamente mais de 30 anos depois </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0001 ADBE_CM_adbe_style_000005 ADBE_E_P" data-page="1" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">A Fundação foi criada por Maria da Graça Salema de Castro, viúva de Manuel Pedro Benedito de Castro, neto de Eça, que cedeu a casa e toda a propriedade à FEQ, assumindo-se compreensivelmente como Presidente vitalícia, pois tratava-se da casa onde residia desde que casara. E assim, durante mais de 30 anos, Eça repousou sossegado nesse bonito lugar, pois todos sabiam que D. Maria da Graça jamais patrocinaria a sua trasladação. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0002 ADBE_CM_adbe_style_000003 ADBE_E_P" data-page="2" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Com a sua morte, em 2015, as coisas mudaram, e com a conivência do actual Ministro José Luís Carneiro, então Presidente da Camara Municipal de Baião, membro por inerência do Conselho de Administração da FEQ e de malas feitas para ocupar importante cargo par<span data-alt-text="ti">ti</span>dário em Lisboa, a Fundação propôs à Assembleia da República a atribuição de honras de Panteão a Eça de Queiroz. Proposta esta que não <span data-alt-text="ti">ti</span>nha a competência legal para apresentar, pelo que o Parlamento votou algo que não estava de acordo com a lei e que nos soou a pagamento de favores – o que, a ser verdade, seria inquali<span data-alt-text="fi">fi</span>cável. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0002 ADBE_CM_adbe_style_000002 ADBE_E_P" data-page="2" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Este é um relato factual, facilmente con<span data-alt-text="fi">fi</span>rmável pelos factos dados à estampa pela imprensa de 1989. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0002 ADBE_CM_adbe_style_000003 ADBE_E_P" data-page="2" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Poderá perpassar pela ideia de alguém de que esta polémica não passa de uma mera querela familiar, mas na realidade é muito mais do que isso. Trata-se de uma questão de fundo que representa um aproveitamento polí<span data-alt-text="ti">ti</span>co para nós intolerável, tal como o facto de alguns bisnetos considerarem mais importantes as suas ambições pessoais do que a memória do seu bisavô, que com esta trasladação, seria enterrado pela 4ª vez nos úl<span data-alt-text="ti">ti</span>mos 123 anos. </span></p><p class="ADBE_CM_ADBE_CM_FULL_JUSTIFICATION ADBE_CM_adbe_text_0002 ADBE_CM_adbe_style_001000 ADBE_E_P" data-page="2" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Terminamos a<span data-alt-text="fi">fi</span>rmando que nos sen<span data-alt-text="ti">ti</span>mos orgulhosos com as honras de Panteão Nacional, seja através de lápide ou cenotá<span data-alt-text="fi">fi</span>o, desde que não envolvam de forma alguma a saída dos restos mortais do escritor de Santa Cruz do Douro. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0002 ADBE_CM_adbe_style_000004 ADBE_E_P" data-page="2" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Como sempre o dissemos, a obra de Eça de Queiroz pertence aos Portugueses, mas não os seus restos mortais. </span></p><p class="ADBE_CM_adbe_text_0002 ADBE_CM_adbe_style_001001 ADBE_E_P" data-page="2" lang="pt" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Não nos movem quaisquer intenções que não sejam respeitar o que resta do Homem, e dado que nada disto é uma Sociedade Anónima, tudo o que seja contrário ao seu pensamento e escritos consis<span data-alt-text="ti">ti</span>rá numa irreparável ofensa à sua memória.</span></p></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><span style="font-family: arial;"> </span><p></p>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-79780829499197066242023-11-08T00:54:00.003+00:002023-12-21T18:05:55.159+00:00A IL À VOLTA DO SEU LABIRINTO.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijYZmFIDoZKv8dvZ7tPx67IdA0SrIzdGiE1DBR3tU2bQQdiZTINEhFDKPCeJoU-z_UQTP6wGw93_RPHLHvxMRhFsxyhwPFGB835szQrbyfT5FAOWpwh82nVJLfGh-WKHDCA7x5flamAaOIAFs5FXLYejPaVUVu8PyypszxYPvAXZNVIc-vFtX5/s3977/20230121_094457.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" data-original-height="3977" data-original-width="3000" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijYZmFIDoZKv8dvZ7tPx67IdA0SrIzdGiE1DBR3tU2bQQdiZTINEhFDKPCeJoU-z_UQTP6wGw93_RPHLHvxMRhFsxyhwPFGB835szQrbyfT5FAOWpwh82nVJLfGh-WKHDCA7x5flamAaOIAFs5FXLYejPaVUVu8PyypszxYPvAXZNVIc-vFtX5/w151-h200/20230121_094457.jpg" width="151" /></span></a></div><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 17px;">Infelizmente começo a ficar tão irritado como desiludido com o que passa na IL e temo que de desilusão em desilução, o Partido me leve à desilusão final...</span></div>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">Desde a campanha interna da VII Convenção, até aos dias de hoje tem-se assistido a uma degradação lastimável nos objectivos e pressupostos que me levaram a aderir e filiar no partido, que me parecia fresco, actuante, liberal e diferente dos outros velhos e também novos partidos, carregados de vícios, más práticas e exacerbadas ambições pessoais a se sobreporem aos interesses colectivos dos eleitores... Infelizmente parece que a IL sucumbiu à tentação e irónicamente é hoje um Partido cada vez mais "partido"...</div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 17px;">Critiquei o João Cotrim Figueiredo e tive saudades do seu "alter- ego" que tão bem nos representou na sua versão de "deputado único", não por ter abandonado a Presidência do partido, mas pela forma como conduziu o processo sucessório que deixou no ar um incómodo cheiro a Coreia do Norte...</span></div>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">Gosto de João Cotrim de Figueiredo e voltaria a votar nele, mas não poderia deixar de lhe fazer esta crítica...</div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 17px;">Quanto a Rui Rocha, escuso de gastar muitas palavras... um homem sem preparação política e sem qualquer carisma, incapaz de unir o Partido e assessorado por um "staff" que pensa mais nos interesses e ambições pessoais do que no bem dos Portugueses e que prossegue numa deriva populista que muito provávelmente há-de acarretar graves danos eleitorais...</span></div>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">Os conflitos entre órgãos internos que se foram instalando, a falta de transparência sobre o seu funcionamento, as "piadas da geral" e ataques pessoais que pululam nas redes sociais e não só, estão a tornar o ambiente da IL irrespirável...</div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 17px;">Infelizmente, nem a idade nem a saúde me permitem ter uma postura mais pro-activa no Partido, para lá destes desabafos que muito me entristecem...</span></div>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">Não poderei estar pessoalmente nos actos colectivos do Partido, mas segui-los-ei muito atentamente online, tirarei as minhas conclusões e decidirei se há forma de ter uma réstea de fé no projecto IL ou se acrescentarei mais um dígito ao crescente exército abstencionista...</div></span></span><!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_bodytext_231107_191605_734.sdocx-->Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-15644806355328893912023-01-30T17:24:00.003+00:002023-01-31T09:16:34.027+00:00NA RESSACA DA VII CONVENÇÃO DA INICIATIVA LIBERAL<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlg9Fiz-oXhbhkDV4CQA-YQaNlCykjYcFD1HOJ-aOhGwp7cLpXIxQHtv5c0g-gWzEfNWvyqE1E6viGeRZ9RtFXFZQIaWn3hCb0A0TjeDsmyxjP0MOvCGUsmf5V7Hd-zBhZAsw368irGkKgVYIQR-mzpGdcQ9P9fFQ2ycbXnc7angk75IwtuA/s1056/Screenshot_20230130_170451_Google.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" data-original-height="309" data-original-width="1056" height="94" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlg9Fiz-oXhbhkDV4CQA-YQaNlCykjYcFD1HOJ-aOhGwp7cLpXIxQHtv5c0g-gWzEfNWvyqE1E6viGeRZ9RtFXFZQIaWn3hCb0A0TjeDsmyxjP0MOvCGUsmf5V7Hd-zBhZAsw368irGkKgVYIQR-mzpGdcQ9P9fFQ2ycbXnc7angk75IwtuA/w320-h94/Screenshot_20230130_170451_Google.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-size: 17px;"><span style="font-family: arial;">Passada uma semana sobre a VII Convenção da Iniciativa Liberal, decidi deixar aqui um testemunho de tudo o que vi e deduzi naqueles tão intensos dois dias.</span></span><div><span><span style="font-family: arial; font-size: 17px;"><br /></span><span style="font-family: arial; font-size: 17px;">Começo por referir que mais de 99% dos participantes tinham idade para ser meus filhos, e mesmo meus netos, mas a minha já provecta idade não me criou dificuldades ou facilidades perante a tão jovem assembleia, apenas a estranheza de me ver participar activamente num partido que deseja mudar o futuro, pois o meu já não se afigura longo, e de um modo geral consideram, e bem, a Iniciativa Liberal um partido de jovens. </span><br />
<span style="font-family: arial; font-size: 17px;">A verdade é que tenho 12 netos e é pelo futuro deles que eu luto, com o entusiasmo que ainda é muito e com as forças que me restam, que já não são tantas assim.</span>
<br /><br /><span style="font-family: arial; font-size: 17px;">Enfim... A Convenção, na sua parte organizativa e, digamos, burocrática, apresentou várias imperfeições que espero sejam resolvidas de futuro, pois o desperdício de 4 horas acabou por ser penoso para todos os participantes.</span>
<br /><br /><span style="font-family: arial; font-size: 17px;">Indo ao fundo da questão e ao que interessa, a verdade é que pela 1ª vez o Partido teria de escolher entre 3 listas, de uma das quais sairia o sucessor de João Cotrim Figueiredo, cuja figura carismática conseguiu guindar para 8 o número de deputados para um Grupo Parlamentar um tanto inesperado, mas cujo anúncio de não recacandidatura à Presidência da IL acabou por criar um clima de proto-crise, mas que na realidade não passou disso mesmo. </span><br />
<span style="font-family: arial; font-size: 17px;">Parafraseando Mark Twain acerca das notícias da sua morte, as notícias de uma crise divisionista na IL são manifestamente exageradas.</span>
<br /><br /><span style="font-family: arial; font-size: 17px;">Os cerca de 30 dias que durou a campanha interna, muito activa e competitiva, teve momentos de grande exagêro, alguns até demasiado encarniçados, mas a verdade é que existiam 3 projectos diferentes, cujas Moções de Estratégia, na parte política eram concordantes e apenas diferiam dos métodos para a sua execução.</span><br />
<span style="font-family: arial; font-size: 17px;">Neste ponto apenas posso referir que a juventude dos participantes levou a intervenções muito apaixonadas, por vezes mesmo exageradas, e que de um modo geral exibiram uma certa falta de cultura política, com aplausos e vaias à mistura, emprestando por vezes ao evento um ambiente mais consentâneo com um estádio de futebol em dia de clássico, do que com uma reunião política. Pode ser que para a próxima reunião magna já tenham meditado no assunto e corrigido os exagêros.</span><br />
<span style="font-family: arial; font-size: 17px;">A curiosidade da Comunicação Social era muita e os vários orgãos de CS formigavam por ali, com entrevistas e directos consecutivos, o que criou alguma confusão, pois os acontecimentos eram relatados por comentadores e analistas que de facto nunca levaram em conta as dificuldades de um Partido tão recente enfrentar uma Convenção com quase 2.300 membros entre presenciais e participantes online, dentro de um universo que caminha para os 7.000 militantes.</span>
<br /><br /><span style="font-family: arial; font-size: 17px;">Este conjunto de ingredientes acabou por ser erróneamente intrepertado como uma clivagem no Partido, em que "Clássicos" e "Progressistas" seriam dois líquidos não miscíveis, o que nessa situação ditaria uma enorme quebra do aparente unanimismo que prepassava para a Opinião Pública.</span><br />
<span style="font-family: arial; font-size: 17px;">Durante a Convenção, naquelas conversas cruzadas que ocorrem entre conhecidos e desconhecidos, sempre que fui inquirido sobre isto, relembrei uma frase, que embora não esteja totalmente seguro, penso que é da autoria de Joseph Alouisius Ratzinger</span></span><span style="font-family: arial; font-size: 17px;"> sobre a religião e a Europa que rezava o seguinte: "Ser Católico é uma opção, mas ser Cristão é uma cultura..." e para contextualizar, dizia eu que ser "Clássico" ou "Progressista" eram opções, mas ser Liberal era uma cultura, sendo que várias tendências poderão conviver dentro da mesma ideologia e cultura política. Espero que me acreditem, pois essa é uma ideia que perfilho totalmente.</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /><span style="font-size: 17px;">As votações tiveram os seus "quid pro quo" electrónicos, mas acabaram por correr bem. A lista da minha preferência foi derrotada, mas a Democracia é assim mesmo e portanto, após a oficialização dos resultados e pacificação entre as partes, prepassou um clima geral de aceitação e concordância que se sentia nos rostos e no tom geral das conversas.</span><br />
<span style="font-size: 17px;">Rui Rocha tem agora a tarefa de desfazer esta imagem e de sossegar alguns inconformados, ou mesmo alguns mal informados. É uma tarefa imprescindível, delicada e talvez morosa, mas esperemos que o novo Presidente tenha a sabedoria de tratar e resolver estas questões. </span><br />
<span style="font-size: 17px;">Não concordo com a estratégia proposta para a dinamização dos Núcleos Territoriais e captação de novos eleitores, mas a verdade é que ao longo da minha vida já agi com pressupostos errados e, a bem da IL, esta poderá ser mais uma vez em que errei. </span><br />
<span style="font-size: 17px;">Pela parte que me toca, aceito plenamente a actual Presidência, nada fazendo contra ela e oferecendo a minha colaboração para tudo o que seja necessário e eu consiga fazer para a ajudar.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Há pois que continuar na senda de crescimento que a IL tem demonstrado, a caminho de uma situação cada vez mais significativa no Parlamento, e porque não num futuro Governo, de modo a conseguir influenciar o rumo político de Portugal, arredando do Governo o Socialismo que tem estrangulado nosso crescimento e tem aumentado a miséria, diminuindo peso opressivo do Estado nas nossas vidas e devolvendo à pessoa humana a liberdade individual que as políticas colectivistas vão cerceando cada vez mais.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Por um Portugal mais Liberal teríamos toda a vantagem em sanar as pequenas quezílias que nos incomodam e substitui-las por um espírito de missão que nos levasse a conseguir influenciar um Governo mais dialogante, menos pesporrente, menos corrupto e mais competente. Será pois a missão individual de cada um, trabalhar neste sentido, dandos-lhe a prioridade e entusiasmo totais.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">POR UM PORTUGAL MAIS LIBERAL...!!!</span></span><!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_bodytext_230130_172134_110.sdocx--></div>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-40336446209052510122023-01-27T18:01:00.005+00:002023-01-30T17:50:08.535+00:00PÕE-TE A PAU, Ó MEDINA !<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJf_9eph2RqtEynSzsMsCAW-bz2cn8wTPJo0s3X8M74njOkXZVbuii-qWi8D59cwR3YUqs_6-PbKq5ZmWgW1KQSIoKGLUohE46k3LdRCypCzx0XsV7oQMZi-fWVT1UmSSJjZCZV7iNfXd10JNPBp7ePtwIVEGkV1reEMGaBG-dU2rHBn-OUg/s538/Screenshot_20230129_091632_Samsung%20Internet.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="538" data-original-width="467" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJf_9eph2RqtEynSzsMsCAW-bz2cn8wTPJo0s3X8M74njOkXZVbuii-qWi8D59cwR3YUqs_6-PbKq5ZmWgW1KQSIoKGLUohE46k3LdRCypCzx0XsV7oQMZi-fWVT1UmSSJjZCZV7iNfXd10JNPBp7ePtwIVEGkV1reEMGaBG-dU2rHBn-OUg/w174-h200/Screenshot_20230129_091632_Samsung%20Internet.jpg" width="174" /></a></div><p><span style="font-family: arial;">Ó Medina, explica lá essa coisa do custos das JMJ's... Diz lá quais foram os compromissos que assumiste no Panamá quando lá foste em 2019 para confirmar a vitória de Lisboa...7</span></p><p><span style="font-family: arial;">Onde está o tom triunfante de vitória arrebatadora, com o Marcelo em estado de pré-orgasmo a olhar para as câmaras balbuciando "Ganhámos...! Ganhámos...!</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/Po83uYefMdk" width="320" youtube-src-id="Po83uYefMdk"></iframe></div><p></p><p><span style="font-family: arial;">O Marcelo, como é seu costume deu o dito por não dito logo que lhe cheirou a esturro e tu ó Medina, não tens nada a dizer sobre um assunto que decorreu no teu mandato...? Ou também já não te lembras porque já faz muito tempo...?</span></p><p><span style="font-family: arial;">Da maneira como andas desmemoriado, devias ir ao médico, pois já nem com memofante lá vais...</span></p><p><span style="font-family: arial;">E agora deixas o Moedas ser queimado na praça pública...?</span></p><p><span style="font-family: arial;">Eu não conheço o Moedas, que nem Presidente da minha Câmara é, mas tenho-o por homem sério, coisa que até poderia dizer de ti mas infelizmente tudo o que tens feito, torna-te cada vez mais suspeito das coisas de que a gente vai desconfiando...</span></p><p><span style="font-family: arial;">A bronca está instalada e tu és o olho do furacão, mas não te iludas com a aparente calma que aí reina, pois essas coisas são instáveis e podem mudar de repente, e aí não há falta de memória que te salve, pois há muitos testemunhos a chamar-te à pedra...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Julguei-te senhor de uma inteligência, digamos, mediana, mas esta tua atitude desmente cabalmente este juízo, pois se estás ciente de que agiste bem e que as coisas foram correndo de feição, já devias ter esclarecido todo este escaçaréu, mas não é isso isso que parece estar a acontecer e portanto, o teu silênco torna-se ensurdecedor...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Pois é... És Socialista, e como bom Solialista que és, estás mais preocupado com a tua carreirita lá pelo Largo do Rato, do que no país que o teu Partido esqueceu, já não conhece, que vai empobrecendo o Povo e que pensa que esta sucessão de escândalos fica resolvida só porque o Caudilho Costa declara perante uma câmara de TV que o assunto está resolvido, mas nota bem que nenhum está resolvido, pois todos deixam atrás um rasto nauseabundo a corrupção, compadrio e nepotismo...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Não gosto lá muito de ti, mas utilizando uma réstea de humanismo e caridade, deixo-te aqui um aviso: PÕE-TE A PAU, Ó MEDINA...!</span></p><p><span style="font-family: arial;"><i><b><u>NOTA</u></b></i>:</span></p><p><span style="font-family: arial;">Este texto de opinião nada tem a ver com possíveis questões religiosas, pois Medina pretendeu gastar, ou gastou 3M€ com uma mesquita próximo ao Intendente...</span></p><p><span style="font-family: arial;">O que me move é a covardia, inépcia e descaramento que é representado pelo silêncio de quem tomou as decisões e assumiu os compromissos...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Irrita -me também profundamente a hipocrisia dessas "virgens" que rasgam as vestes com os custos associados às JMJ's, usando o demagógico argumento que essas verbas deveriam ir para acções sociais...</span></p><p><span style="font-family: arial;">As verbas que deveriam ter ido para acções sociais, seriam os 110M€ do contracto assinado pelo governo e CML com Paddy</span></p><p><span style="font-family: arial;">Cosgrave, para manter o Websummit em Portugal até 2028, os 3.400M€ enterrados na TAP, os outros 3,400M€ metidos no Novo Banco, os 10M€ mensais que o Estado mete mensalmente na Efacec, as indeminizações milionárias pagas pela TAP e mais um não sei quantos milhões de euros que o governo utiliza de forma irresponsável e leviana, como se o dinheiro dos contribuintes fosse um autêntico porquinho mealheiro...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Tenham vergonha... Parafraseando Almada Negreiros, Portugal não é um país, é apenas um sitio mal frequentado...!</span></p><div><br /></div>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-22431486692070747142023-01-12T18:14:00.005+00:002023-12-22T09:47:49.984+00:00LIBERAL... SEMPRE LIBERAL... 2.0<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOJomhDzt_-wsBvRhkkvTGIT_8UiMWZuLhlEbjxlLfeuK26O72IC0XqOQH7PmDCdFf-rDTibZgHm7cbGvNjuePthxoeC3oXJ0cHLeD-qH-eLnJQbTywCJNk3gzAHwPYXz1_0bn9ypbfQysquvM91R1Y0bs_fGaAWw7mUBZzDFAa6hcJzGIcg/s877/Screenshot_20230111-232712_Google.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" data-original-height="485" data-original-width="877" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOJomhDzt_-wsBvRhkkvTGIT_8UiMWZuLhlEbjxlLfeuK26O72IC0XqOQH7PmDCdFf-rDTibZgHm7cbGvNjuePthxoeC3oXJ0cHLeD-qH-eLnJQbTywCJNk3gzAHwPYXz1_0bn9ypbfQysquvM91R1Y0bs_fGaAWw7mUBZzDFAa6hcJzGIcg/w320-h177/Screenshot_20230111-232712_Google.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 17px;">Com atenção redobrada escutei este 1⁰ debate a três mãos que incluiu o 3⁰ Candidato á Presidência da Iniciativa Liberal, José Cardoso. Como de costume não tirei notas, mas relevei alguns aspectos que cada </span><span style="font-size: 17px;">vez mais reforçam aquilo que o meu íntimo me aconselha: Apoiar e votar em Carla Castro. </span></div></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">Para que este texto não seja confundido com um mero folheto de campanha, abaixo tentarei fundamentar estas opiniões, que no fundo, mais nada são que isso, apenas opiniões. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">Começo por saudar José Cardoso, que eu não conhecia mas que me pareceu um homem sério e conhecedor dos mecanismos internos</span><span style="font-size: 17px;"> do partido, com uma postura demasiado teórica e institucional e cuja moção não se debruça sobre aspectos muito concretos, preconizando a reestruturação do partido, mais sobre o ponto de vista organizativo e burocrático, algo que não parece útil nesta fase. Há boas ideias, mas que podem ser implementadas a médio e longo prazo.</span></span></p><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">Pela 2ª vez ouvi Rui Rocha dizer que quer acabar com o bipartidarismo. O objectivo é ambicioso, mas encerra um perigo mortal. Como qualquer observador informal perceberá, hoje em dia o bipartidarismo perdeu muito do seu sentido na Europa e as forças partidárias de menor expressão têm de escolher a sua trincheira. Por esta razão, com o extremar das posições à Direita e à Esquerda, o Centro desapareceu em combate, e o que resta tenta fugir da Terra de Ninguém, aquela onde é atacada pelos dois lados. Basta ver as esdrúxulas alianças partidárias que governam por essa Europa fora. Assim, como realisticamente é de prever que a IL não tenha rápidamente expressão eleitoral para liderar uma aliança, acabará por ser a força "apoiante" e não a força "apoiada". Lembram-se do que aconteceu ao Ciudadanos em Espanha e ao CDS por cá? É que nesta circunstância, o partido que lidera torna-se um eucalitpo que acaba por secar tudo o que lhe está próximo. Essa é uma perigosíssima estratégia de poder que pode dar muito maus resultados.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">A questão da solução política encontrada nos Açores apenas não embaraçou José Cardoso. Enquanto Rui Rocha e Carla Castro se perderam na dialética sobre não aceitarem que o Modelo Açoriano possa ser replicado na Madeira ou na República, José Cardoso exprimiu aquilo que é lógico: Acordos com o PSD, ok. Se o PSD quiser lateralmente acordar com o Chega, então problema já não será da IL mas sim do PSD. Aliás, embora eu não me identifique em NADA com o Chega, acho que se o TC legalizou a sua existência, porque é que tratamos o PCP melhor que o Chega? É por o PCP ser Democrata? Não temos de ser amigos, mas acho esta hostilização permanente um exagêro.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">Chegamos então à verdadeira questão: A expansão da nossa base eleitoral.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">Esperar que o PS ou o PSD alterem significatimente a lei eleitoral é mais ingénuo do que acreditar no Pai Natal. Todo este sistema foi criado para beneficiar os dois maiores partidos e nenhum deles jamais desistirá desse previlégio. Assim onde pode a IL buscar mais votos? O PSD já foi bem sangrado e se Montenegro não abrir uma crise, o que já foi transferido por cá ficará e sobre o CDS nem vale a pena falar. Assim o mercado ficou muito estreito, resumindo-se essencialmente ao recém chegado voto jovem que anualmente atinge a maioridade e ao gigantesco mundo da abstenção.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;"><span>O voto da juventude recém chegada deverá ser potenciado através de sub-grupos criados nas diversas universidades, que são os viveiros de cidadania e o alfobre de gerações que podem ser captadas pela comparação dos cenários possíveis para o seu futuro, sublinhando que está na </span><span>sua mão uma real alternativa à emigração.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">Sobra então uma larguíssima faixa de população que ronda os 53% que pura e simplesmente não vota. É o enorme grupo do abstencionismo, que se devidamente identificado, localizado e acompanhado, apresenta perpectivas imensas. Há que saber chegar lá e apelar ao voto na IL, e se é verdade que as redes sociais e os portais poderão ajudar, acho que o contacto social, verdadeiro, empático e dirigido, poderá ter resultados surpreendentes.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: justify;">E com estas reflexões espero que os dias 20 e 21 nos tragam a possibilidade de um futuro auspicioso que emergirá do voto informado e soberano de TODOS os militantes com vista a um Portugal melhor, livre de ideologias colectivistas, que embora prometa uma mais justa distribuição das riquezas, a única coisa que distribui é a miséria que sempre produz.</div></span></span>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-74615718523262992922023-01-12T07:45:00.001+00:002023-01-12T08:29:03.541+00:00LIBERAL... SEMPRE LIBERAL...!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyx0W_O4Bq-uxJgxwWBIFPZFyZZsvmWzC9JDcC7w6zHG15wNYtjBFQlEjHNoXJBp2_mn7_HgF7yV2vZ7Vf5u7gnLNhNrNDdlMUW_Lyc-SA154jQrUrJg6laIOG-2CdiYcBpCjrxVYCVx6QYCAQz9uBIvoj62wbPAUY7fq4EUj1DYB1HOmFTA/s877/Screenshot_20230111-232712_Google.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" data-original-height="485" data-original-width="877" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyx0W_O4Bq-uxJgxwWBIFPZFyZZsvmWzC9JDcC7w6zHG15wNYtjBFQlEjHNoXJBp2_mn7_HgF7yV2vZ7Vf5u7gnLNhNrNDdlMUW_Lyc-SA154jQrUrJg6laIOG-2CdiYcBpCjrxVYCVx6QYCAQz9uBIvoj62wbPAUY7fq4EUj1DYB1HOmFTA/w320-h178/Screenshot_20230111-232712_Google.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">Nos próximos dias 20 e 21 de Janeiro uma onda Liberal percorrerá a Zona da Junqueira, convergindo para o Pavilhão de Congressos com o elevado intuito de decidir as futuras linhas de actuação da Iniciativa Liberal, face à actual composição da AR e ao crescimento da sua presença parlamentar com a expressiva subida de 1 para 8 deputados.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">A declaração pública da indisponibilidade de Cotrim Figueiredo em continuar a assegurar a Presidência da IL, tendo logo de seguida apoioado um sucessor numa estranha manobra sucessória a lembrar uma actuação proto-monárquica, apanhou o Partido de surpresa e foi acatada com estranheza no seio de um partido que reclama ser o arauto do Novo Liberalismo.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Após esta pequena contextualização, que é do conhecimento geral, encaremos então o que está em jogo nesta VII Convenção da Iniciativa Liberal.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Logo após a confirmação da disponibilidade do Delfim de Cotrim de Figueiredo, Rui Rocha, avançou Carla Castro e José Cardoso também. Confesso não conhecer José Cardoso nem a sua moção, mas já que o foco mediático incide sobre os doIs primeiros, apenas a eles me referirei nesta presunçosa tentativa de escrever uma crónica.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Bem vistas as coisas, num partido tão ideológico e programático como a IL, dificil seria encontrar em ambas as moções contradições ou desvios no objecto principal das suas intenções, muito bem resumido no slogan "O Liberalismo Funciona e Faz Falta em Portugal". A necessidade de chegar a novos eleitorados - uma das legítimas preocupações de Cotrim Figueiredo - acabou por se tornar o Alfa e o Ómega de ambas campanhas, diferindo bastante nos métodos propostos para alcançar esse objectivo.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Simplificando a enorme quantidade de argumentos expendidos, enquanto Rui Rocha aposta em força nas novas tecnologias e redes sociais, Carla Castro previligia o contacto pessoal através dos Núcleos Territoriais e autarcas da IL eleitos, criando assim uma rede de contactos de proximidade que se deve expandir e consolidar, sem abdicar da internet ou das redes sociais.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Cada proposta tem os seu méritos, mas a quase restrição dos contactos a serem feitos através de meios electrónicos, encerra os seus riscos: Em primeiro lugar cria uma quase exclusividade da informação obtida aos membros que vão gerir o processo, além de que a conhecida iletracia de uma parte considerável do Povo Português pode constituir um enorme obstáculo à eficiência do programa se as pessoas não forem capazes de entender o que lá está escrito e proposto. Já uma rede organizada através dos Núcleos e Autarcas poderá alcançar menos gente, mas com o potencial de atracção mais elevado, pois no contacto directo a mensagem torna-se muito mais pessoalizada, mais adaptada ao seu alvo, criando assim uma comunidade e não uma hierarquia.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Numa perpectiva mais geral, seria um enorme erro segmentar o eleitorado potencial através das suas capacidades sociais, intelectuais ou financeiras, pois um eleitor é isso mesmo, apenas um eleitor e pode sempre ser encontrado em qualquer meio, seja urbano, universitário, funcionário, agricultor ou professor universitário, etc... sendo que muitos destes se encontram naquela massa de mais de 50% dos Portugueses que têm optado pela abstenção</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Assim, de uma forma simplista, não tenho dúvidas em votar em Carla Castro, cujo profundo conhecimento dos meandros parlamentares e das idiosincracias próprias de qualquer grupo parlamentar, a sua relação com as bases é estreita e já curtida pelo tempo.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Desejo felicidades a ambos, e ganhe quem ganhar, no dia 23 de Janeiro voltaremos à normalidade, trabalhando em prol da IL sob as orientações do novo Presidente, seja ele quem o destino e os militantes escolherem.</span></span><!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_bodytext_230111_233804_902.sdocx-->Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-31334159450673718792023-01-04T10:23:00.001+00:002023-01-04T10:34:45.979+00:00O MENINO PEDRO NUNO DEIXOU DE BRINCAR AOS AVIÕEZINHOS<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlbb8Ge0fOPSrnGANgMrlW-30Zep14gGukrYVAYLkNy3ZD9XLbEz5e8nWXjWJAvrPAy5C6uq24XDy-eWTHU7A_Vb5g1ZU38KwFuj8EQVSYICj4hHGwUMe274iNux_w8P9402aq18u-cAGr6SZnM47it2fbnNvdmyzmaIXnBgS9We_692BTrw/s526/FB_IMG_1671016739393.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="526" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlbb8Ge0fOPSrnGANgMrlW-30Zep14gGukrYVAYLkNy3ZD9XLbEz5e8nWXjWJAvrPAy5C6uq24XDy-eWTHU7A_Vb5g1ZU38KwFuj8EQVSYICj4hHGwUMe274iNux_w8P9402aq18u-cAGr6SZnM47it2fbnNvdmyzmaIXnBgS9We_692BTrw/s320/FB_IMG_1671016739393.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">Afinal, o Menino Pedrinho fez uma birra e deixou de gostar de brincar aos aviõezinhos, mas não sem antes, num acesso de fúria, ter dado cabo dos seus antigos brinquedos prediletos.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">De uma forma irónica, até algo trocista, esta seria uma das formas de explicar a imensa turbulência que varreu aquela tal "Companhia de Bandeira" - diria eu que a bandeira deveria ser a dos Contribuintes Portugueses - que já absorveu por volta de 3.400M€ e que duvido que se fique por aí.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Esta gente que actualmente governa Portugal em maioria absoluta, arrogante, pesporrente e incompetente, sobre os desmandos que já ditaram 11 demissões de governantes em apenas 9 meses de mandato, não patenteia nenhum tipo de remorso pelas suas más decisões e apenas se enfurece pelo facto de se ter deixado apanhar com a boca na botija.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">O caso de Alexandra Reis foi verdadeiramente paradigmático, pois teve a virtude de alertar os Contribuintes para o nível de salários e mordomias que se praticam na Companhia Aérea, bem como o excessivo número de cargos directivos com acesso a essas fabulosas prebendas. Dir-se-ia assim à 1ª vista que se quiséssemos reformular a composição dos quadros directivos, tomando como base o milhão e meio de Euros que Alexandra Reis pretendia receber de indeminizacção, então não sobraria nenhum dinheiro dos Contribuintes para operar a frota da TAP.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Ora não me passa pela cabeça que toda esta confusão e outras potenciais confusões se tivessem passado sem que Pedro Nuno Santos, o ex-Ministro-Estrela(!) do PS tenha tido conhecimento destes extrordinários acontecimentos! Entretanto Alexandra Reis foi colocada na Presidência da NAV e a seguir é nomeada Secretária Estado do Tesouro (de onde já se demitiu) e fica assim a exercer a tutela conjunta da TAP com o Secretário de Estado das Infraestruturas, também já demitido.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Qualquer pessoa com dois dedos de testa jamais acreditará, que nem Pedro Nuno Santos nem Fernando Medina ignoravam todo este enorme trambique, sendo que urge perguntar a este último qual foi a razão da nomeação de Alexandra Reis, de onde a conhecia, quem os apresentou, porque não perpassou sequer os olhos pelo seu CV, etc...</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Esta história não está mal contada; está péssimamente contada e terá de ser esmiúçada até ao seu âmago pelas oposições, comunicação social e até meros cidadãos, pois seria terrível aceitar o simplismo que Costa quer imprimir a este caso, como tem sido seu hábito, nomeando um novo ministro - curiosamente arrebanhado no refugo Socrático - e com a maior desfaçatez dizer que "está tudo resolvido", pois não está, aliás está muito longe de o estar.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Todo este fado seria menos trágico se dispuséssemo de um PR com qualidade e autoridade, mas para cúmulo dos azares, a figura que ocupa o cargo deverá ficar para a história como o pior Presidente da República do Portugal Democrático, tendo-se tornado um aliado estratégico do 1⁰ Ministro, desistindo liminarmente de exercer a fiscalização do regular funcionamento das instituições, o que a juntar à manifesta e visível incompetência de António Costa, prefigura um futuro dramático para Portugal, violentamente agravado pela actual conjuntura internacional.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Assim, é com a maior das angústias que sou obrigado a concluir, que com gente desta Portugal não passará da cêpa torta, e assim pela 1ª vez na História deixaremos à nossa descendência um país muito pior do que aquele que nos legaram os nossos ascendentes.</span></span><br />
<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_bodytext_230104_102151_198.sdocx--><p></p>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-40572185025766639002022-12-27T19:47:00.001+00:002022-12-27T19:56:08.879+00:00UM BODO... AOS RICOS.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6I6I6UyzS3alkPcLnTkZhoTjQRKb3U8428ApfzHJYylj3N2nQZCaagAa1RWgVPP_vRadPq-nsV7TA9w13i_RqmxUmUzMfS7hS1E0-40AZSG154aBHKix7_z4zIHfAV5sYYSEKvg73GhVcpmywOPUCpCcmh-HeMeJphaT2ZxvCviix9Tm2tA/s1085/Screenshot_20221227-192421_Google.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" data-original-height="620" data-original-width="1085" height="114" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6I6I6UyzS3alkPcLnTkZhoTjQRKb3U8428ApfzHJYylj3N2nQZCaagAa1RWgVPP_vRadPq-nsV7TA9w13i_RqmxUmUzMfS7hS1E0-40AZSG154aBHKix7_z4zIHfAV5sYYSEKvg73GhVcpmywOPUCpCcmh-HeMeJphaT2ZxvCviix9Tm2tA/w200-h114/Screenshot_20221227-192421_Google.jpg" width="200" /></span></a></div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">Não vale a pena deter-mo-nos muito sobre os rendilhados jurídico/admnistrativos que puseram no bolso de Alexandra Reis, actual Secretária de Estado das Finanças, a módica quantia de meio milhão de Euros. </span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Convenhamos que se trata de um verdadeiro bodo, só que não se destina aos pobres, mas àqueles que orbitam à volta do PS sempre com o olho posto no governo e nas prebendas que daí poderão advir.</span><br /><br /><span style="font-size: 17px;">É uma fauna que esteve em estado de semi-hibernação durante a queda em desgraça de José Sócrates, mas que rápidamente se foi posicionando durante o 1⁰ consulado de Costa, embora bastante limitada pelos parceiros de "geringonça", e que abriu em leque com a maioria absoluta, e que teve como consequência imediata o tão decantado aglomerado de "casos e casinhos" de que tanto se tem queixado António Costa, tendo optado por desvalorizar o panorama geral, imputando sua existência a uma "central" de propaganda gerida pela "Direita".</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Ora Costa, calculista e manobrador como é, não pode ignorar o que se passa à sua volta e sabe que a situação pode estar a atingir uma temperatura crítica, e de que o risco da situação lhe fugir ao controle é uma possibilidade que se desenha de forma cada vez mais nítida no nosso actual horizonte político.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Este caso da indemnização a Alexandra Reis, apresenta todos os ingerdientes de uma receita explosiva: Costa já fez saber que não conhecia os antecedentes da senhora, Pedro Nuno Santos e Fernando Medina pelos vistos também não, pois rápidamente pediram esclarecimentos à TAP. Mas então paga-se uma indemenização deste calibre sem informar a tutela? A Secretária de Estado diz que foi a Tap que quiz que ela saísse, mas a comunicação que a transportadora aérea fez a CMVM afirma que foi ela que quis saír, e a acrescentar ao ramalhete, foi a mulher de Fernando Medina que negociou pela TAP o acordo de rescisão. </span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Depois acrescem umas minudências, tais como saber se Alexandra Reis estaria sob o estatuto de <i>gestor</i> <i>público</i>, o que o facto de 4 meses depois ter sido nomeada para a presidência da NAV, outra empresa pública com a mesma tutela da TAP, poderia ter influência no cálculo de eventuais indeminizações.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Enfim, uma história todos os títulos lamentável, mas que convém, e muito rápidamente, ser explicada!</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Ora, mal ou bem,este caso há-de ser resolvido. Provávelmente mal, tal como Costa tem resolvido as imensas trapalhadas do seu governo.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">No entanto vem-nos alertar para uma outra situação. Com todo este estardalhaço, ficámos a saber que o vencimento de Alexandra Reis na TAP era de €17.500,00 mensais, verba que recebia como Vogal do Conselho de Administração. Dado que António Costa pegou em cerca de 3.500M € dos nossos impostos e os enterrou na TAP, parece-me que seria mais do que justo que nós, os Contribuintes, fôssemos informados de como está a ser utilizado o nosso dinheiro. Ora se um vogal do Conselho de Administração ganha €17.500,00, seria interessante conhecer a folha de pagamentos do resto dos orgãos sociais da companhia. </span><br />
<span style="font-size: 17px;">Suponho que seria muito esclarecedor saber se um empresa em falência técnica consegue suportar os valôres que se adivinham, com a agravante de estar a decorrer ainda uma reestruturação da companhia que já envolveu o despedimento de milhares de trabalhadores e cortes de salários aos que ficaram.</span>
<br /><br /><span style="font-size: 17px;">Não sendo jurista dificilmente poderei opiniar sériamente acerca de uma eventual legalidade desta operação, mas a mesma revela uma terrível e vergonhosa falta de ética. Por isso, quando os Socialistas proclamam que a ética republicana reside no estrito cumprimento da lei, apenas manifestam a sua enorme ignorância acerca da natureza da ética e da falta de respeito que lhe têm.</span></span><!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_bodytext_221227_193618_895.sdocx-->Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-36660765758301582722022-12-15T06:43:00.004+00:002022-12-15T07:26:59.607+00:00A MORTE NÃO É UM DIREITO, É SÓ UMA CERTEZA !<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM733piOyr3uf-DFJ608gYVrNTXho0XW53znKNhDaUNLBsTJC8jJSkTM-tTvaJzYJ79qpAXZWdkGxErI6G56tAaonnzvzV_Ec0YVeRGnBnIwGzkC4MftGBgis8RweMiUhBK981N4_u1yj60E0f29ym_ojylFSqEcrp8viI4f6Q2ZfexHsl2g/s725/Screenshot_20221215-055712_Chrome.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="351" data-original-width="725" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM733piOyr3uf-DFJ608gYVrNTXho0XW53znKNhDaUNLBsTJC8jJSkTM-tTvaJzYJ79qpAXZWdkGxErI6G56tAaonnzvzV_Ec0YVeRGnBnIwGzkC4MftGBgis8RweMiUhBK981N4_u1yj60E0f29ym_ojylFSqEcrp8viI4f6Q2ZfexHsl2g/w372-h180/Screenshot_20221215-055712_Chrome.jpg" width="372" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM733piOyr3uf-DFJ608gYVrNTXho0XW53znKNhDaUNLBsTJC8jJSkTM-tTvaJzYJ79qpAXZWdkGxErI6G56tAaonnzvzV_Ec0YVeRGnBnIwGzkC4MftGBgis8RweMiUhBK981N4_u1yj60E0f29ym_ojylFSqEcrp8viI4f6Q2ZfexHsl2g/s725/Screenshot_20221215-055712_Chrome.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: 17px; text-align: justify;"><br /></span></a><span style="font-family: arial; font-size: 17px; text-align: justify;"><div style="text-align: left;">Como um sempre-em-pé, a eutanásia voltou a ser tema de discussão parlamentar com a devida troca de acusações de oportunismo político entre os partidos maioritários, a tal ponto que até conseguiu um regresso, ainda que fugaz, de Passos Coelho à política.</div><div style="text-align: left;"><br /></div></span></div><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">Este facto mostra bem que o tema é suficientemente polémico para voltar ao debate mesmo após tanta discussão e aprovação parlamentar.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span></div>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: left;">Claro que as reservas do Tribunal Constitucional em relação à redacção da lei, vieram baralhar e dar de novo, pelo que é de supor que a lei volte lá sem quaisquer garantias absolutas de constitucionalidade.</div><div style="text-align: left;"><br /></div></span><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">Embora me pareça temerário este pioneirismo legislativo, pois ao que parece apenas oito países possuem legislação sobre a eutanásia, o grande argumento de quem defende a lei tem sido a defesa do direito a uma morte com dignidade.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span></div>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: left;">Portanto o Alfa e o Ómega do argumento dos partidários da lei tem-se centrado no direito a morrer com dignidade.</div><div style="text-align: left;"><br /></div></span><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">É a dignidade na vida, a dignidade na morte e dignidade para aqui e para acolá...</span><span style="font-size: 17px;">Tudo muito humanista, muito "clean" e muito asséptico, e no dizer de alguns, muito elevado.</span></div><span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: left;"><br /></div></span><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">Falar de dignidade na morte, é um dos maiores contrassensos que fui repetidamente ouvindo nos últimos tempos. </span><span style="font-size: 17px;">O direito à vida parece ser um direito natural, decorrente de um notável instinto de sobrevivência, e que é imparável na maior parte dos indivíduos das espécies animais racionais e irracionais.</span><span style="font-size: 17px;"> </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">Quanto a este ponto, parece-me ser uma claríssima evidência!</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">Sobre a dignidade da morte ocorre-me pensar que a morte não é um direito e não passa de uma fatalidade a quem ninguém escapa. </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">Nos tempos românticos, os nobres que combatiam e davam com companheiros gravemente feridos no campo de batalha, aplicavam-lhe aquilo que elegantemente chamavam de "Coup de Grace" - em Português "Golpe de Misericórdia" - talvez para aliviar o terrível acto que estavam a praticar, mas do qual não podiam fugir por manifesta falta de meios logísticos, médicos e científicos para atender aos moribundos.</span></div><div style="text-align: left;"><br /></div>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: left;">Pelos vistos voltamos ao espírito do "Coup de Grace", mas agora com outros meios disponíveis que vêm preverter definitivamente o espirito inicial desta prática.</div><div style="text-align: left;"><br /></div></span><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">Quem pede para morrer, no fundo está a pedir um suicídio por procuração por não ter a coragem ou possibilidade de o levar a efeito.</span></div>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: left;">Ora um suicídio só tem uma simbólica dignidade quando executado em nome da honra ou num sacrifício por 3ª pessoa, pois fora estes 2 casos, o suicídio, embora muitas vezes compreendido, não passa de uma desistência, de uma fuga e em última análise de uma falta coragem que na realidade, de digno não tem muito.</div><div style="text-align: left;">A morte de uma forma inexorável chegará a todos e ninguém a ela escapará... Insistir na vida quando o território já é da morte, é encarniçamento terapêutico - nome mais popular da prática da distanásia - e esse sim deveria ser proibido, já que o testamento vital permite a qualquer um escolher essa via, e aí simplesmente morre-se sem espalhafato, sem ruído, ou mesmo honradez e muito menos com dignidade!</div></span>
<span style="font-size: 17px;"><div style="text-align: left;">Não há nada digno na morte, a não ser se ela for fruto de um acto de heroísmo ou de sacrifício desprendido por outrem, de resto normalmente resume-se a um desgosto de quem fica ou a um piedoso comentário do género "que pena, coitado...!"</div><div style="text-align: left;"><br /></div></span><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 17px;">Uma sociedade consumista e hedonista, profundamente sibarita, e essa sim, com pouca dignidade e com horror a tudo que não seja prazer e conforto, é uma sociedade sem coragem e sem as características necessárias para resistir aos desafios dos tempos e às verdadeiras ameaças que se desenham no horizonte. Uma sociedade que arranja forma de justificar o descartar dos seus sofredores com a falácia de que as pessoas têm o direito de decidir sobre o fim da sua vida, enquanto lhes apresentam um processo com uma enorme carga burocrática, sendo que em última análise a tal morte pedida pelo próprio vai acabar por ser decidida por um administrativo qualquer, sentado num recondito gabinete, que nunca nunca viu ou falou com o doente e que aporá friamente um carimbo no processo com a palavra "execute-se". Uma sociedade com estas características e comportamentos, é uma sociedade velha, exaurida e bastante demente e que talvez o que deseje mesmo é a sua própria eutanásia, sem qualquer dignidade e implementada por gente muito pouco digna...!</span></div>
</span><!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_bodytext_221215_060603_537.sdocx--><p></p>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-37374899814667232512022-12-13T20:16:00.003+00:002022-12-13T20:40:38.558+00:00DORMINDO COM O INIMIGO.<p><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMs_jUgj2XR_z-MTsbc-LY_gGy9Nn_BrsTO6IxyGnOT9yJanAJ9ScpoUkIn0yw1Y61D-tm0fKFqkJqaMtQL5WzkSkhFM_P2ofpbM-FDDK3PS8bMvN9-dbtUZf_NvIIpWfnQyDrYyKvIgT0e9Yenx8TkSQmEnMdrBgHgztwhnEqb6rfTO_b1Q/s1173/Screenshot_20221213-201244_Photos.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1173" data-original-width="883" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMs_jUgj2XR_z-MTsbc-LY_gGy9Nn_BrsTO6IxyGnOT9yJanAJ9ScpoUkIn0yw1Y61D-tm0fKFqkJqaMtQL5WzkSkhFM_P2ofpbM-FDDK3PS8bMvN9-dbtUZf_NvIIpWfnQyDrYyKvIgT0e9Yenx8TkSQmEnMdrBgHgztwhnEqb6rfTO_b1Q/w301-h400/Screenshot_20221213-201244_Photos.jpg" width="301" /></a></span></span></div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">Cada vez mais me espanto com a falta de decoro, e até de dignidade, do homem que temos como Presidente da República...</span></span><p></p>
<span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">Não bastassem as tristes figuras que ele se esmera em manter actualizadas, agora decidiu ir a Cabo Verde no nosso Falcon, com o combustível e tripulação pagos pelos contribuinte Portugueses... </span></span><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">E o que foi lá fazer...?</span></span><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span></span><div><span style="font-family: arial;">
<span style="font-size: 17px;">Fora aqueles banhos em águas tropicais que não se coíbiu de exibir na altura em que Lisboa sofria um dos maiores temporais de sempre, foi atribuir a Ordem da Liberdade a título póstumo ao responsável pela morte de centenas de Portugueses, de Cabo Verdianos e de Guineenses, Amílcar Cabral...</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span>
<span style="font-size: 17px;">Será que o homem está mandatado para isso...? Atribuir condecorações a inimigos confessos de Portugal em nome dos Portugueses...?</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span>
<span style="font-size: 17px;">PESSOALMENTE NÃO LHE RECONHEÇO O DIREITO DE PRESTAR HONRAS A INIMIGOS DE PORTUGAL COM AS MÃOS MANCHADAS DE SANGUE PORTUGUÊS...</span><br />
<span style="font-size: 17px;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;">É que decerto, no seu afã de agradar ao que de pior</span></span><span style="font-family: arial; font-size: 17px;"> temos a vegetar pelo nosso país, ainda vai tentar condecorar também Agostinho Neto e Samora Machel, tudo fieis discípulos do Império Soviético, cujo único objectivo era o de mover os seus países para a área de influência comunista...</span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: 17px;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">
<span style="font-size: 17px;">Não haverá forma de travar este chorrilho de atitudes que apenas nos envergonham...?</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: 17px;"><br /></span>
<span style="font-size: 17px;">Prof. Marcelo, faça um favor a si próprio: Pare para avaliar os seus impulsos antes de actuar, pois as sondagens vão dando nota da sua vertiginosa perda de popularidade, coisa que parece sobrevalorizar, mas que de facto não vale NADA, arriscando-se assim a ficar na História como o pior Presidente da nossa Democracia, um videirinho com tendência para atitudes ridículas e que passou os 10 anos dos seus mandatos a desprestigiar a instituição Presidência da República...!!!</span></span><!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_bodytext_221213_195947_884.sdocx--></div></div></div>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-70168848557614236902022-12-11T09:38:00.002+00:002023-01-15T19:55:22.392+00:00O SONHO DOS DESVALIDOS<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinga1ZTAvz1FgoA-CT2M5ye3koMcWirHIbNPy3GEnQ_hwXrmPPON5K-przRX2P4k6xGH-mNnnK7ECwDaA4ry43xefl2feYjW6-ltfMbS3pBN_Hue4Yu6mgY7xkfBXRmwOytagsizHUO7Yt6p-Zic5hSfc9ORgIfyydYnfcqK189usy2usM8Q/s720/FB_IMG_1670656353408.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="707" data-original-width="720" height="393" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinga1ZTAvz1FgoA-CT2M5ye3koMcWirHIbNPy3GEnQ_hwXrmPPON5K-przRX2P4k6xGH-mNnnK7ECwDaA4ry43xefl2feYjW6-ltfMbS3pBN_Hue4Yu6mgY7xkfBXRmwOytagsizHUO7Yt6p-Zic5hSfc9ORgIfyydYnfcqK189usy2usM8Q/w400-h393/FB_IMG_1670656353408.jpg" width="400" /></span></a></div><span style="font-family: arial; font-size: large;"> Na ressaca da derrota sofrida às mãos de uma equipa Marroquina, que pese a eficácia pratica um futebol bem feio, todas estas emoções foram azedadas por uma campanha pusilânime que foi desenvovida em torno do melhor futebolista do Mundo - falo evidentemente de Cristiano Ronaldo.</span><p></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Ao ler as várias opiniões e observando fotografias, parei nesta com a sensação de que a fotografia, embora me comovesse pela sua singela ingenuidade, continha ali uma mensagem que urgia descodificar.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Uma criança Africana, aí de uns 4 ou 5 anos, na falta de uma camisola fizera pintar com tinta branca na sua pele cor de ébano o n⁰ 7 e a palavra Ronaldo.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">E de repente fez-se luz: Aquela criança, um dos milhões de desvalidos deste mundo, decidira viver um pouco de um sonho improvável.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Cristiano fora um menino como ele, pobre, nascido numa ilhota no meio do Atlântico, a quem estatística pura e dura retirava qualquer esperança de ter um destino diferente dos outros meninos da sua rua, condenados à pobreza, senão à indigencia.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Só que Ronaldo descreu da estatística, e com uma vontade férrea jurou a si próprio que queria ser o melhor futebolista de sempre.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Embarcou sózinho com 13 anos para Lisboa e pela mão do Sporting Clube Portugal, iniciou então aquilo que a história nos conta, uma carreira brilhante, plena de trabalho e sacrifícios, até atingir o topo dos topos, cumulado de honrarias, prémios e abundância.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">É esta história e este exemplo que sobressaem da pintura nas costas desta criança. Algo que lá no fundo lhe diz que mesmo nas dificeis condições e adversidades que Ronaldo enfrentara, afinal não era impossível conseguir sublimar a sua condição de desvalido e obter o sucesso e as regalias que lhe são adjacentes, pois alguém já o tinha feito antes e desbravara um caminho de que pelo menos provou que existia.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">É curioso observar as massas de adeptos, nos estádios e fora deles, a quantidade de crianças com a camisola que ostenta o orgulhoso n⁰ 7 e a palavra "Ronaldo".</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Sim, Ronaldo é o ídolo indiscutido de milhares de crianças e jovens de todo o mundo, um ídolo virtuoso que os inspira e faz soar nos seus subconsientes uma campaínha que lhes lembra que há um caminho, um caminho duro mas possível, e o seu exemplo é a prova disso.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">É pois essa a mensagem de esperança que consola os mais frágeis, e que leva uma criança nos confins de África a pintar nas costas o n⁰ e nome do seu ídolo, e quem sabe, a inspirá-lo a alterar um destino trágico que aparentemente já estava traçado.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Independentemente de o futebol ser aparentemente algo de importância relativa, acaba por assumir neste caso, uma dimensão da maior relevância.</span></p><p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Obrigado Ronaldo por teres demonstrado que afinal tudo é possível e de que há sonhos que podem transformar o mundo.</span></p>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com1Oeiras, Portugal38.8138883 -9.317313235.417997935395221 -13.71184445 42.209778664604784 -4.9227819499999992tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-82611642469364092702021-06-03T21:42:00.000+01:002021-06-03T21:42:45.021+01:00O MENINO PEDRO NUNO QUER BRINCAR AOS AVIÕEZINHOS...!<p><span style="font-family: arial;"> </span></p><h1 style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/2dp4jUf36Ao" width="320" youtube-src-id="2dp4jUf36Ao"></iframe></span></h1><span style="font-family: arial;"><br /></span><p></p><p><span style="font-family: arial;">Eh pá... Não venham para cá com nacionalismos bacôcos e sectários, nem venham dizer que o gajo vá lá dar bocas para a terra dele...!</span></p><p><span style="font-family: arial;">Acho que O'Leary tem toda a razão e faz muito bem em pôr a boca no trombone, já que o nosso Povo se mostra abúlico e cobarde perante o poder, e nada diz ou faz para evitar que um ministro provinciano e arrogante, nos lance neste negócio ruinoso...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Pedro Nuno Santos, o tal que ia pôr os banqueiros Alemães com as pernas a tremer(!), choca agora com a realidade: Já percebeu que a TAP é um sorvedouro, um sumidoro insaciável, que a "mama" da subsidiação vai acabar e que para manter a sua teimosia vai criar uma vaga de desemprego homérica e pôr as pernas dos Contribuintes a tremerem...</span></p><p><span style="font-family: arial;">As companhias de bandeira, como conceito, tornaram-se inviáveis sem os apoios estatais, e as que subsistem, como a British Airways e a Lufthansa são geridas por privados e funcionam em perfeita concorrência, sem subsidiação nenhuma...</span></p><p><span style="font-family: arial;">É claro que é muito mais fácil ir ao mealheiro, e à boa moda socialista, lançar dinheiro sobre os problemas...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Os Portugueses, além de se tornarem à força acionistas da TAP, acabaram por se tornar acionistas da Groundforce e arriscam-se também a entrar no capital de outras empresas falidas da órbita da TAP...</span></p><p><span style="font-family: arial;">A palermice do "Serviço Público" às Comunidades é uma falácia, pois este serviço poderia ser negociado por rota com diversas companhias, e ficando assim muito mais barato e livre de várias responsabilidades...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Mas não...! O menino Pedro Nuno quer brincar aos aviõezinhos, e assim, abusador e persporrente como é vai buscar o dinheiro ao mealheiro dos Contribuintes, indiferente ao prejuízo que der, e que não é dele, continua a querer brincar aos aviõezinhos custe quanto custar...</span></p><p><span style="font-family: arial;">O que o ministro parece não ter entendido, é que o transporte aèreo de antanho, que transportava maioritáriamente uma certa casta, o "Jet Set", acabou e assim, apanhar um avião pada Londres tornou-se tão pouco glamoroso como apanhar uma camioneta da carreira para Chaves...</span></p><p><span style="font-family: arial;">2 horas de voo mal instalado não é um grande sacrifício por um preço que em alguns casos é apenas 10% do valor pedido pela TAP... </span><span style="font-family: arial;">O conforto não é importante...? Claro que é, mas para isso existem as classes executivas, portanto quem quer conforto, que o pague...!</span></p><p><span style="font-family: arial;">Pedro Nuno Santos acusa O'Leary de perseguir o lucro, esse opróbio terrível(!), esquecendo-se de que esse deveria ser exactamente o seu objectivo quando se enfiou nesta fatal aventura, que consciente ou inconscientemente todos nós previmos como vai acabar...</span></p><p><span style="font-family: arial;">Assim só me resta concluir que o CEO da Ryanair, mais do que criticar o que se passa nesta República Proto-Venuzuelana criada pelo PS, está a indicar um caminho que do alto da sua arrogância o menino Pedro Nuno não reconhece, pois quer continuar a brincar aos aviõezinhos à custa do nosso dinheiro...!</span></p>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-27503313041791248822018-12-09T19:48:00.002+00:002022-12-15T07:22:57.090+00:00OS BRIOCHES DE MARIA ANTONIETA.<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGEFBnDfVKVxu6WLWGjhwiFyGKWgywkTQvOoCzWlqTQSqKsfs6lwGNtlfgES4ue_8j4-LqxCwG9LsBTg1R4S8ENhTAw7e2oO0_BFOnNjnWwgjRLhY0KntzPbSI1ldz82xJCCEM/s1600/image.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><img border="0" data-original-height="684" data-original-width="1024" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGEFBnDfVKVxu6WLWGjhwiFyGKWgywkTQvOoCzWlqTQSqKsfs6lwGNtlfgES4ue_8j4-LqxCwG9LsBTg1R4S8ENhTAw7e2oO0_BFOnNjnWwgjRLhY0KntzPbSI1ldz82xJCCEM/s320/image.png" width="320" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Quando informada de que Povo tinha fome, Maria Antonieta, chocada, perguntou: "Então porque é que não comem uns brioches ?"</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Esta resposta, normalmente tratada como uma afronta, ou mera estupidez, não deixava de ter a sua lógica. Naquela gaiola dourada que era o Palácio de Versailles, rodeada pela nulidade das damas da côrte, Maria Antonieta respondeu com base na percepção que tinha da realidade, já que jamais tinha sido exposta à verdadeira miséria do Povo de Paris.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">De facto, sob um ponto de vista filosófico, ninguém conhece a realidade, mas únicamente a percepção que tem dela, pelo que há que ter um certo cuidado, ao brandir as certezas sobre a sua natureza.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Assim como Maria Antonieta, também o "Sistema", ou "Mainstream Político", está aprisionado, não numa gaiola dourada, mas numa de aço inox, construída principalmente por tecnocratas, sociólogos, filósofos e políticos, que elaboraram uma construção político/social utópica, em que consideram que uma humanidade homogénea, sem fronteiras, com uma economia comum e potencialmente menos conflituante, seria a resposta a todos os males do Mundo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Esqueceram-se no entanto de algo fundamental: É que uma construção dessas não pode ser feita de cima para baixo, portanto imposta, e que as culturas diferenciadas, podem ser de certo modo toleradas, mas não são miscíveis e poderão ser históricamente contrárias à própria natureza dessas mesmas Sociedades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Criou pois o "Sistema" uma percepção da realidade, na qual as élites têm a obrigação de conduzir o Povo ignorante ao Shangri La que perspectivam ser o caminho para a Sociedade Ideal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Houve então um ponto em que, inebriados com a sua putativa clarividência, acharam que o Povo provávelmente não compreenderia as suas boas intenções, e foram elaborados planos destinados a destruir os velhos arquétipos, como as noções de Pátria, de Nacionalidade, de orgulho no seu passado, nas suas raízes e na sua História, que insistentemente iam surgindo pela frente, inicialmente de forma esporádica, até se tornarem insistentemente mais frequentes, começando a criar fenómenos que não estavam previstos no plano que rigorosa e cientificamente haviam construído.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">A verdade, é que na sua cegueira, foram incapazes de compreender que as reais necessidades do Povo, lhe dava uma percepção totalmente distinta da sua percepção da realidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">E assim, devagar mas inexorávelmente, o fosso entre Governados e Governantes foi aumentando cada vez mais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">A criação de uma espécie de aristocracia burocrata e política, começou a criar na Sociedade, clivagens cada vez mais profundas. Nesse processo, de forma mais ou menos inorgânica, o extremos começaram a exercer um jogo de equilíbrio automático de forma a procurarem uma certa compensação, e esse movimento causou uma vitima inesperada: o centro político desapareceu em combate.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Temos assim que, as oligarquias, acantonadas nos corredores do poder, vêm estes movimentos populares, inorgânicos mas poderosos, tentarem recuperar um pouco da sua soberania individual do colectivismo elitista que lhes tem sido imposto, e assustadas apelidam-nos de "Populismo", brandindo atemorizadas, fantasmas há muito enterrados.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">O que mais assusta o Poder, são os movimentos inorgânicos, já que representam um poder difuso, sem estrutura convencional e portanto sem representantes nomeados, com quem possam negociar. Estes movimentos, aferida a sua força, têm conseguido através de estruturas simplificadas, chegar ao poder por via democrática, lançando o pânico nas oligarquias que dominam o "Sistema".</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">No seu entender, o "Populismo" não passa de um engano que promete dar ao Povo aquilo que ele pede e que de forma nenhuma se coaduna com os auto-proclamados benefícios de uma política sensata e científica, organizada sobre rígidos cânones, que eles pensam saber que representam o melhor para os Povos, e que facilmente aprenderam a controlar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Execram estes movimentos considerando que constituem um grave problema para as Sociedades, não enxergando sequer que não são o problema, mas sim o sintoma.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">O problema, esse está a montante, quando os Governos assinam tratados e compromissos para os quais não estão especificamente mandatados, quando clamam pela repetição de referendos, quando o resultado é antagónico aos interesses das oligarquias, no fundo, quando desrespeitam desdenhosamente os Povos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">E os resultados estão à vista: candidatos Anti-Sistema começam a ganhar eleições em todo o Ocidente, e outros vão subindo de forma regular e consistente nas sondagens, perante o desespero de oligarcas e dos seus sicários.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Não será descabido imaginar que existirão conflitos sociais e políticos de maior ou menor dimensão que poderão encerrar riscos, mas esse será o preço a pagar para tornar a encarrilar as políticas na sua forma mais nobre e realista, derrotando de vez os experimentalismos sociais, criados nos laboratórios das unidades de Estudos Sociais das Universidades e os pornográficos investimentos dos potentados que financiam de forma despudorada a chamada Nova Ordem Mundial.</span></div><div style="text-align: justify;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">É realmente necessário combater o dogma e calar os seus guardiões, devolvendo ao Povo legítimas expectativas, já adiadas há demasiado tempo!</span></div>
Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-53006810676950775492017-09-28T20:32:00.003+01:002017-09-29T15:11:20.190+01:00A QUESTÃO CATALÃ.<div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsA7yzbLw56eIZTOyWPdR4IinxEx8hI7XfuEHuqguyDDDEJebokTKBHT2GA-vnC1ZYfMEdOljBMZto9c3GdZrgNB09jG-3VUxBPG3-LV7K5r7B08QUK6V5YqK-5c0qHXMRIe4/s1600/IMG_0072.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsA7yzbLw56eIZTOyWPdR4IinxEx8hI7XfuEHuqguyDDDEJebokTKBHT2GA-vnC1ZYfMEdOljBMZto9c3GdZrgNB09jG-3VUxBPG3-LV7K5r7B08QUK6V5YqK-5c0qHXMRIe4/s1600/IMG_0072.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsA7yzbLw56eIZTOyWPdR4IinxEx8hI7XfuEHuqguyDDDEJebokTKBHT2GA-vnC1ZYfMEdOljBMZto9c3GdZrgNB09jG-3VUxBPG3-LV7K5r7B08QUK6V5YqK-5c0qHXMRIe4/s200/IMG_0072.JPG" width="200" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsA7yzbLw56eIZTOyWPdR4IinxEx8hI7XfuEHuqguyDDDEJebokTKBHT2GA-vnC1ZYfMEdOljBMZto9c3GdZrgNB09jG-3VUxBPG3-LV7K5r7B08QUK6V5YqK-5c0qHXMRIe4/s1600/IMG_0072.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><span style="clear: left; color: black; float: left; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></span></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsA7yzbLw56eIZTOyWPdR4IinxEx8hI7XfuEHuqguyDDDEJebokTKBHT2GA-vnC1ZYfMEdOljBMZto9c3GdZrgNB09jG-3VUxBPG3-LV7K5r7B08QUK6V5YqK-5c0qHXMRIe4/s1600/IMG_0072.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"> </a></div>
</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Instalou-se na opinião pública e publicada (provávelmente de forma deliberada), que o Referendo na Catalunha, corresponderia inevitávelmente a uma declaração unilateral da independência Catalã, a qual tem sido um desejo centenário das gentes da Catalunha.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A verdade é que, o referendo limita-se a fazer uma pergunta tão simples, como a de perguntar aos Catalães se gostariam ou não de ser independentes.</span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pelo que tenho lido e ouvido na imprensa e televisão Espanholas, fonte oficiais afirmam que apenas uma minoria ruidosa deseja a independência, ao contrário de alguns intelectuais e uma tradicional “maioria silenciosa”.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Se é realmente assim, sendo o referendo declarado ilegal, e portanto as suas consequências nulas, não entendo a enorme ofensiva do Governo de Madrid, pois se, como eles proclamam, ganhasse o NÃO, o assunto morria ali, é tão cedo não voltaria à baila.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Portanto só me resta à conclusão de que Rajoy teme que ganhe o SIM, o que embora não tivesse consequências a nível imediato, obrigaria a uma revisão profunda do regime autonómico Espanhol, o que levaria a demoradas e exigentes negociações. O próprio Pablo Iglesias, líder do Podemos, afirmou na televisão que considerava impensável uma declaração unilateral de independência por parte da Catalunha.</span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E Rajoy, presa dos seus temores, e evidenciando os ancestrais tiques hegemónicos do reino de Castela tomou a pior das decisões, que foi a deslocação de um tremendo aparelho repressivo para a Catalunha, prendendo responsáveis políticos, apreendendo material eleitoral em nome de uma legalidade conferida pela Constituição de 1978, esquecendo um princípio fundamental que demonstra que a repressão violenta é o melhor cimento para uma rebelião e uma fábrica de Nacionalistas entre as hordas, aparentemente numerosas, dos que se declararam indecisos.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Parece difícil que este braço-de-ferro não acabe muito mal, e definitivamente, parece-me impossível que acabe com o Nacionalismo Catalão.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Interessa aqui referir, algo que tem sido escamoteado: é verdade que a Constitição de 1978 foi referendada pelos Catalães por uns expressivos 90%. O que é omitido, é que após esse referendo, a Constituição voltou ao Tribunal Constitucional, que procedeu a várias alterações que vieram desvirtuar considerávelmente o texto referendado, situação que só um ingénuo acreditaria não ter sido premeditada.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mais tarde ou mais cedo, o assunto vai voltar a ensombrar a política Castelhana, e será inevitável que um dia o SIM ganhe inequívocamente, a bem ou a mal.</span></div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O medo, justificado, de que o País Basco e a Galiza tenham as mesmas tentações da Catalunha, poderia, na mão de políticos inteligentes e corajosos, transformar a Espanha numa Confederação, mudança que terminaria com os conflitos internos, e possibilitaria uma paz política que, aí sim, até poderia tornar possível uma União Ibérica, dando mais força à Península e tornando-a mais homogénea, através de um Governo Confederado, em moldes a negociar com muita cautela e habilidade.</span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Enquanto o Governo Central de Espanha não perder os seus tiques hegemónicos de superioridade política e social, a Espanha será sempre um foco de instabilidade, que arrasta consigo toda uma impossibilidade de progredir para soluções modernas e inteligentes, tanto a nível Peninsular, como Internacional.</span></div>
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Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-63492970814536618512017-09-24T17:13:00.001+01:002017-09-24T18:26:31.339+01:00BREVE RESUMO HISTÓRICO DA SITUAÇÃO CATALÃ, FACE CASTELA, E POSTERIORMENTE AO CENTRALISMO ESPANHOL.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGUPjm6yBaxqgT0W1x2-d6VY_4dOI0JRcIhTsEx_vDfEobfF9GGVqZUYpGGfm85vSsZ_pfCgKXkXM2aO_r4mo75uYa3uH7DKvpm-_fmooiMqwfaQPVezRgbLVXHZOnKfUuBEUa/s1600/image.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="215" data-original-width="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGUPjm6yBaxqgT0W1x2-d6VY_4dOI0JRcIhTsEx_vDfEobfF9GGVqZUYpGGfm85vSsZ_pfCgKXkXM2aO_r4mo75uYa3uH7DKvpm-_fmooiMqwfaQPVezRgbLVXHZOnKfUuBEUa/s1600/image.jpeg" /></a></div>
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<b>Nota prévia:</b> A Dinastia de Trastâmara, fundada pelo rei Henrique II, governou o reino de Castela de 1369 a 1516 . </div>
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(Estes textos não da minha autoria, mas recolhas informação na internet, recolhidos e dispostos através da técnica copy/paste)<br />
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No Sec. XII, os novos reis de Trastâmara não estavam acostumados ao pactismo e sistema político da confederação catalano-aragonesa. A Catalunha, em concreto, não viveu bem essa situação. Os novos reis tentaram centralizar o reino ignorando as Cortes catalãs. Além disso, as constantes guerras pela conquista do mediterrâneo conseguiram enfraquecer a economia. A Peste Negra veio reduzir a população. Esta cada vez encontrava-se mais dividida. O comércio já não dava resultados e a economia agrária sofria de desigualdade prante o comércio. Paralelamente, os reis de Trastâmara emprenderam conquistar Nápoles, numa altura em que os episódios de terramotos não ajudaram a levantar cabeça. Toda esta situação cresceu até rebentar definitivamente numa guerra civil na Catalunha onde a Diputació de la Generalitat, que exigia ao rei que respeitasse as Cortes catalãs, defronta-se contra o rei Tratâmara. A população, por sua vez, dividida, também entra em guerra. A guerra é qualificada de inútil pelos historiadores porque, além de trazer mortes, não resolveu a situação de probresa económica e falta de respeito pela soberania catalã. Tanto que em 1474 o sucessor aragonês Fernando II o Católico casa com Isabel I de Castela, reforçando a unificação.</div>
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A 12 de outubro de 1492 o navegador português Cristóvão Colombo descobre América sem saber. Pensa que chegou às Índias. A descoberta é comunicada aos Reis Católicos no mês de abril de 1493 em Barcelona. É o início dos Descobrimentos. A Catalunha passa a ser um reino periférico dentro da confederação hispânica que com os descobrimentos e casamentos reais consegue dominar a Europa e o mundo durante os séculos à seguir. A Catalunha, arruinada por tantas guerras, perde protagonismo e os mercenários catalães irão descobrir mundo sob a marca Espanha. Os Bórgia, uma das famílias nobres mais conhecidas do Renascimento, eram valencianos, ou seja, pertenciam aos chamados Países Catalães, mas passam a serem espanhóis dentro deste período. Aliás, trabalharam muitas vezes pelo interesse de Castela. Foi o caso dos tratados que separaram as conquistas hispânicas das portuguesas. No entanto, o catalão foi a língua usada em Roma durante a estadia dos Bórgia.</div>
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Carlos V de Espanha, neto dos reis católicos, concretiza tal domínio. Quando foi coroado rei, o mundo estava quase todo aos seus pês. Herdou por parte do pai os Países Baixos, Flandes, Artois, Luxemburgo e a France-Comté. Do seu avo materno, herda Aragão, Catalunha, Valência, Mallorca, Nápoles, Sicília, Sardenha e as fortalezas de Buia e Trípoli. Da sua avó materna, herda Castela, Navarra e as Índias castelhanas. A morte do seu avo paterno recebe o título de arquiduque de Áustria, Estíria e Tirol. Em 1519 é escolhido imperador do Sacro Império Germânico. Contudo, a coroa hispânica acrescentou nos anos a seguir Portugal e as colónias americanas, asiáticas e africanas portuguesas. A coroa castelhana usou o sistema de confederação para manter imenso reino. Assim, cada reino tinha as suas próprias leis, moedas, cortes ou línguas. Mas as tendências absolutistas castelhanas, a política do pacto colonial em favor de Castela, o pouco respeito devido às Cortes, o absenteísmo do monarca ou a imposição do castelhano na Península Ibérica, deu o início do final de tal domínio. Os primeiros a se revoltar contra a coroa hispânica foram os Países Baixos. Depois vieram a Catalunha e Portugal contra o rei Felipe IV.</div>
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No caso dos catalães, o matrimónio com a coroa castelhana, impossibilitou-os de comerciar e foram obrigados a virar-se para Lisboa ou Sevilla. Além disso, a língua catalã caiu em decadência, pois os reis tentaram impor o castelhano, fazendo que a própria nobreza catalã se virasse para Madrid. O Século de Oro espanhol contrasta com a Decadência catalã. A pequena burguesia é afastada. Impossibilidade de fazer carreira política, a nobreza catalã é marginalizada. A isto, acrescenta-se o contato dificultoso com os turcos. A crise económica arrastrada do fim da Idade Média não é superada.</div>
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Paralelamente, na Península Ibérica, o conde duque de Olivares pretendia iniciar um processo de centralização total do reino através dos impostos e da constituição de uma armada unificada, para satisfazer a política agressiva e expansionista do monarca Habsburgo; projeto que tem o nome de “Unión de Armas”. A pobreza nos campos e os anos de decadência vividos na Catalunha fazem que em 1626 as Cortes catalãs rejeitem parente Filipe IV o projeto de “Unión de Armas”, além de lhe apresentar uma grande lista de queixas e reivindicações.</div>
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Mas a guerra na Europa não espera e Richelieu ataca os Habsburgo em território catalão. As Constituições catalãs diziam explicitamente que a Catalunha só defende território nacional, ou seja, catalão. Para provocar uma revolta, Richelieu trás premeditadamente a guerra para a Catalunha. Em 1640 a obrigação de alojar tropas castelhanas, o abuso dos militares e as consequências derivadas da guerra provocam grande desagrado entre a população catalã. Em 7 de junho do mesmo ano, durante a festividade do Corpo de Deus, um ceifeiro (em catalão “segador”) é morte, o que a sua vez leva à morte do Conde de Santa Coloma, a maior autoridade da Catalunha nessa altura. Começa a Revolta dos Segadores. Castela exige à Portugal de contribuir militarmente e ajudá-la a sufocar a rebelião. Portugal nega-se e inicia por sua conta uma guerra paralela para restabelecer a sua própria soberania. É a chamada Guerra de Restauração.</div>
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O final do confronto é desfavorável para a Catalunha que perde na guerra e vê como a França se apodera do condado do Rosilhão e parte da Sardenha através do Tratado dos Pirineus. Em Andorra a situação é vivida com receio, a questão da soberania andorrana também está em jogo. Portugal terá de batalhar até 1668 para ver recuperada a sua independência.</div>
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Durante a Conferência de Münster, Vestfália, a Catalunha foi representada por Josep Fontanella que tentou defender e, sobretudo, conseguir que alguém ouvisse o ponto de vista catalão sobre a necessidade de desligar a Catalunha da monarquia hispânica. Esta atitude também foi apreciada por outras nações durante a Conferência. Foi o caso dos Países Baixos e de Portugal. Ambas, tal como a Catalunha, estavam integradas a coroa castelhana, mas todas desejavam abandoná-la.</div>
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O Século XVIII catalão também esteve marcado pelo Iluminismo. Quando a Catalunha perde a 11 de Setembro de 1714, o novo monarca decide fechar todas as universidades catalãs para evitar assim a proliferação de informação, cultura e memória. O castelhano é imposto na área das letras na única universidade que ficou em pê, a Universidade da Cervera.</div>
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Ao longo do século XIX a Catalunha representa a força industrial da Espanha. A nação catalã é a primeira a introduzir a Industrialização através do vapor em primeiro lugar e depois através da eletricidade.</div>
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Por outro lado, a nação espanhola é todavia agrária. Tem dificuldades para se adaptar à nova indústria e impõe travões à renovação. O monarquia hispânica não quer adaptar-se ao liberalismo económico e devido a isso o século XIX catalão e espanhol está marcado por guerras constantes.</div>
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Na segunda metade do século XIX a Catalunha é diferente da Espanha. Tem língua própria, cultura própria, tradições próprias e visões próprias. Além disso, a nação catalã construiu-se através de uma sociedade moderna, industrial e urbana. Esta sociedade procura consolidar os seus rasgos pessoais. O movimento da Renaixença deve ser, por tanto, compreendido como a consequência de uma sociedade industrial e adaptada aos temos que decorrem.</div>
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Países Catalães é a expressão ou conceito nacionalista catalão para referir o conjunto dos territórios de língua e cultura catalã. O termo aparece no século XX porque no século XIX a situação dos territórios que formam os Países Catalães permitia atingir com mais facilidade o conceito de Grande Catalunha.</div>
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Setmana Tràgica é o nome que a historiografia deu à repressão vivida em Barcelona na semana do 15 de julho ao 2 de agosto de 1909. A Espanha encontrava-se em guerra contra Marrocos nas já habituais guerras arrastadas do século XIX entre Espanha, Marrocos e França. Então, duranta a Segunda Guerra de Marrocos, a Espanha exige reservistas catalães, mas estes não se querem apresentar. Sindicatos, anarquistas e socialistas aproveitam para promover uma manifestação em Barcelona que exiba o mal estar catalão para com a guerra colonial marroquina. Assim, durante a semana do 15 de julho até ao 2 de agosto de 1909, saem à rua milhares de pessoas para protestar contra o monarca e este reage com violência. Manda as tropas e estas reprimem arbitrariamente as manifestações, aplicam processos militares e penas de morte. Francesc Ferrer i Guàrdia, membro da Escola Moderna, morre por pena de morte. A imprensa internacional informa da tragédia com grande repulsão. A semana do 15 de julho até o 2 de agosto de 1909 fica conhecida como Semana Trágica.</div>
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Devido ao crescimento do proletariado, aos desejos independentistas catalães e bascos, a crise económica pela contração dos mercados devido a Primeira Guerra Mundial e à pouca aceitação da autodeterminação das colónias, o monarca aceita o Golpe de Estado de Primo de Rivera, que encontra o apoio no exército, na burguesia castelhana e na Igreja Católica. Influenciado pelo fascismo italiano, o sistema de governo de Rivera reprimiu o catalanismo e toda amostra de catalanidade, radicalizando o nacionalismo castelhano, suprimindo a Mancomunitat, proibindo uma vez mais o catalão, os símbolos nacionais da Catalunha e do País Basco, etc. Perante a situação de ditadura e repressão o catalanismo mobilizou-se volta do Estat Català, liderado por Fancesc Macià, tentando fazer fracassar a ditadura através de um assalto que se estava a preparar no sul da França e que pretendia partir da Andorra até chegar a Barcelona e forçar a queda da ditadura. A Liga Regionsalista, o nacionalismo catalão mais moderado, perdeu prestígio, por estar contra, o Estat Català chegou a máximos históricos durante as eleições da Segunda República.</div>
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Em 1929 a ditadura de Primo de Rivera cai definitivamente ao mesmo tempo que o crise da Bolsa Americana deixa a Europa economicamente pior do que já estava. Afonso XIII resolve convocar eleições municipais e estas serão finalmente o fim da monarquia Espanhola. O 12 de abril de 1931 os partidos republicanos ganham em território espanhol com maioria e por plebiscito. O monarca prefere abandonar para evitar um banho de sangue. Abdica e a República é proclamada por segunda vez. As eleições foram totalmente favoráveis ao partido político Esquerda Republicana da Catalunha, uma união entre diferentes partidos independentistas e republicanos, entre os quais estava Estat Català.</div>
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A vitória republicana fez saír à rua a população que celebrou o final da ditadura e da monarquia. Na Catalunha, Francesc Macià, líder do ERC e futuro presidente catalão, aproveita a situação para proclamar a República Catalã em fraternidade com os povos da Península Ibérica. Mas a proclamação não foi bem aceite pelo governo de Espanha, embora fosse uma proclamação federalista.</div>
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A partir desse momento, foi elaborado um Estatuto para a Catalunha aprovado com 99% dos votos por referéndum e uma participação de 75%. O novo estatuto dava oficialidade a língua catalã, restabelecia o autogoverno da Catalunha e designava a nação como um estado. Mas o Estatuto foi totalmente modificado pelo governo republicano espanhol que não via com bons olhos que a Catalunha se achasse um estado autônomo. Depois de modificado o Estatuto de Núria passou a reconhecer a Catalunha como uma simples região autónoma, algo totalmente contrário à aquilo que tinham expressado os catalães nas urnas. </div>
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Em Espanha o nacionalismo espanhol radicalizou-se virando para o lado fascista. Não se aceitava de nenhuma das maneiras que a Catalunha e o País Basco se pudessem governar a eles próprios. As tentativas de criar uma República federada que soubesse incorporar as nações catalã, basca e castelhana fracassavam num contexto político altamente tenso. Isso veio revoltar a direita contra o governo republicano que tinha iniciado tímidas reformas agrária e progressistas, tais como o sufrágio feminino. Mas as reformas não eram aceites pelas classes que dominavam desde a monarquia, tais como latifundários, Igreja Católica e elite agrária.</div>
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Efetivamente o ditador italiano, Mussolini, e alemão, Hitler, assim como outros países fascistas, resolvem ajudar o golpe militar fascista na Espanha. Durante 3 anos a guerra condena a morte milhões de pessoas e obriga a mais de meio milhão de pessoas a pedir refúgio. O destino principal foi a França e a Andorra. As nações catalã e basca colocam-se do lado republicano, enquanto que em Castela –de forma geral– o fascismo ocupa quase todo o território.</div>
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O Ebro representou o ponto decisivo da guerra. A Catalunha foi o último território a resistir a ofensiva fascista e na Batalha do Ebro não resistiu por mais tempo. O governo catalão foi obrigado a refugiar-se em França. Então entra o fascismo vitorioso em Espanha e proclama uma ditadura chefiada por Francisco Franco. A ditadura franquista foi uma das mais repressivas da Europa, ao mesmo nível do nazismo e fascismo Italiano.</div>
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O regime de Francisco Franco impôs a censura e a exterminação da oposição. Foi particularmente duro para com catalães e bascos porque pretendeu exterminar qualquer sinal identitário catalão e basco. As empresas catalãs foram boicotadas. Entraram em recessão. A economia entrou numa fase de paralisia. Fome, autarquia, corrupção, proibições energéticas, paragem industrial e crescimento do mercado negro. </div>
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Os anos 1960 e sobretudo os 1970 são considerados como o ponto de retrocesso da ditadura. Em 1959 a resistência antifranquista decide finalmente sair a rua e não se esconder mais. A partir deste momento a oposição ao regime é cada dia mais visível e isso faz incrementar a pressão policial na sociedade. Os Fets del Palau de la Música marcam, neste sentido, o início do fim do medo. O dia 19 de maio de 1960 é celebrada uma homenagem ao poeta catalão Joan Margall no Palau de la Música. O regime proíbe os assistentes de cantarem El cant de la Senyera, poema de Joan Margall. Mas o público desobedece e a subsequente repressão não passa desapercebida. Entre os detidos está o futuro presidente da Catalunha, Jordi Pujol.</div>
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Os jovens começam a perder medo e pouco a pouco saem também a rua. O regime resolve tentar parar a situação com repressão sistemática. Mas as publicações clandestinas têm cada vez mais apoio. Foi neste contexto que se criou a Gran Enciclopèdia Catalana. Os membros dos partidos políticos em clandestinidade aumentam e a música em catalão começa a representar uma forma de resistência ao regime. Em 1961, por exemplo, a criação do grupo de música catalão Setze Jutges marca o início da Nova Cançó (do catalão, Nova Canção). A Nova Cançó foi o nome que se deu o renascimento do catalão no âmbito musical. Proibido durante anos, o catalão foi revitalizado através da música rock. Deste período destaca-se o grupo SAU e a sua canção “Boig per tu”.</div>
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No mês de junho de 1977 as primeiras eleições democráticas após o início da Guerra Civil de 1936 colocam Adolfo Suárez, da Unión de Centro Democrática, um antigo franquista, na presidência do país. Na Catalunha os partidos em favor de um Estatuto novo ganham com maioria absoluta. Mas o partido independentista Esquerda Republicana da Catalunha(Esquerra Republicana de Catalunya) ainda não foi legalizado. Mesmo assim, no dia Nacional da Catalunha, 11 de Setembro de 1977, milhões de catalães saltam à rua para reclamar “llibertat, amnistia, Estatut d'Autonomia” (do catalão, Libertade, amnistia, Estatuto de autonomia).</div>
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O governo de Adolfo Suárez é então obrigado a restituir definitivamente o governo catalão e permitir o regresso do presidente catalão, Josep Tarradellas, exiliado devido à ditadura, o que acontece a 23 de outubro de 1977.</div>
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Paralelamente, no dia 6 de dezembro de 1978 a nova Constituição do reino de Espanha é aprovada por referendum. Estabelece um regime de monarquia parlamentar com Juan Carlos de Bourbon na chefia de Estado e com uma estrutura federada, chamada popularmente “café para todos”. Quer dizer, a Constituição é criticada por analistas em ciências políticas, historiadores e independentistas catalães e bascos, além de republicanos espanhóis. Isto porque durante o processo constituinte a população nunca foi perguntada sobre a Constituição, nem sobre se achava que devia passara para regime republicano. Também porque as nações catalã e basca são obrigadas a viver em regime de região autonómica (eufemismo para não falar de Estados federados) junto de outras autonomias artificiais. Para diferenciá-las, a Constituição fala de regiões históricas ou nacionalidades (eufemismo para não reconhecer explicitamente a existência de nações) e regiões autonómicas (simples regiões transformadas artificialmente em estados). Além disso, a língua castelhana volta a ser imposta e o catalão e basco recebem caráter de co-oficiais, estabelecendo desta maneira uma hirarquia entre línguas. Outros elementos acontecidos nos anos 1980 permitiram reforçar estas avaliações.</div>
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Com as primeiras eleições nacionais catalãs que dão a vitória a Jordi Pujol, este assume o governo no dia 8 de maio de 1980. Membro do partido CiU, é eleito presidente e consegue durante a década ganhar todas as eleições, colocando-se no poder até 2003. Os objetivos do governo de Pujol foram a melhoria das condições materiais, a coesão social e a recuperação nacional catalã.</div>
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A entrada da democracia na Espanha foi feita sem ter em consideração as nações catalã e basca. Prova disso os Estatutos de autonomia da Catalunha e País Basco que definem estas nações como regiões. Neste sentido as línguas catalã e basca são consideradas como co-oficiais, tendo o castelhano uma posição superior ao resto de línguas do estado espanhol. Por estes motivos, e para atender as reividicações históricas de autodeterminação do povo catalão e basco, é que os governos catalã e basco apresentam ao governo espanhol novos Estatutos. Estes novos contratos com o estado espanhol pretendiam reconhecer as nações catalã e bascas como tais, além de defender a cultura e línguas respectivas. No caso basco a proposta do novo Estatuto, o Plano Ibarretxe, pretendia que o estado espanhol reconhecesse o direito a autodeterminação do povo basco, o direito à nacionalidade basca com plena validez política, jurídica e administrativa, um poder judicial próprio, mais autogoverno e presença nacional basca no exterior. Estas reivindicações, inscrijjjtas no novo Estatuto, foram votadas e aceitadas pelo povo basco através de referendo no ano 2004. Mas o parlamento espanhol não aceitou e resolveu a situação cedendo mais autonomia fiscal ao País Basco. No caso catalão, era reivindicada mais autonomia para o governo catalão, reconhecimento da Catalunha como nação e garantir à língua catalã o estatuto de língua veícular. Neste caso, o governo espanhol de Rodríguez Zapatero prometeu que "vou apoiar a reforma do Estatuto que for aprovado pelo Parlamento catalão". O novo estatuto, que concebe a Catalunha como uma nação, é aprovado pelo povo catalão através de referendo. O Partido Popular, chefiado por Mariano Rajoy, manda do texto para o Tribunal Constitucional espanhol que altera 50% do conteúdo. A negativa de reconhecer a Catalunha como nação é o ponto de partida do processo que leva a Catalunha a regressar à luta pela independência.</div>
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Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-82656335768130359702017-09-14T20:18:00.001+01:002017-09-14T20:42:45.806+01:00O CARICATO DE UM MISTÉRIO DESVENDADO.<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><i></i></span><br />
<div class="separator" style="clear: both;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbDSVTKRzQIFHAtJFM9P24ziki5Ija2xPlY1-GEqGt7QN_hV0wDToaJ-zL2MBVummoM1nBVe2XLW9nZzhBwjeF-SDdpce41GyNIjAk4m3MgQGVfc7XyUO_IZCOZzy97T1D6tVg/s640/blogger-image-2067932430.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbDSVTKRzQIFHAtJFM9P24ziki5Ija2xPlY1-GEqGt7QN_hV0wDToaJ-zL2MBVummoM1nBVe2XLW9nZzhBwjeF-SDdpce41GyNIjAk4m3MgQGVfc7XyUO_IZCOZzy97T1D6tVg/s320/blogger-image-2067932430.jpg" width="247" /></a><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><i></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>(Quando partilhei este vídeo sobre a avaliação de certos conceitos de arte contemporânea, lembrei-me de este texto, escrito em 2005, sobre um c</i></span><i style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: 'Helvetica Neue Light', HelveticaNeue-Light, helvetica, arial, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">aso verídico passado nessa altura na Figueira da Foz...</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Se querem rir um bocado, leiam o texto...)</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O jornal “Público” de 28 de Dezembro dava à estampa uma notícia, sob o título “Peças de Lavatório de Jimmie Durham Roubadas na Figueira”, a qual muito me intrigou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao que parece, na exposição patente no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, alguém teria roubado uma “peça” do referido artista e que consistia em partes de um lavatório partido, dispostas no chão da casa de banho, junto a um lavatório inteiro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pelo que se subentende da notícia, os referidos “cacos” deviam ser suficientemente valiosos para despertar a cobiça alheia e justificarem igualmente um seguro de 27.000 Euros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Afinal o mistério foi desvendado: Uma diligente e eficiente empregada de limpeza, ao ver os cacos de um lavatório no chão, apanhou-os escrupulosamente, provavelmente cogitando algo sobre o vandalismo que impera nos dias de hoje, e simplesmente colocou-os no contentor do lixo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Confesso que o imprevisível desfecho deste caso, quase policial, me deu um tremendo gozo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Normalmente este tipo de manifestação dita “artística”, tem como finalidade a polémica, na qual o dito artista pretende dar mais importância ao criador do que propriamente a sua criação. Salvador Dali fê-lo amiúde, só que Dali era realmente um génio, e aos génios normalmente perdoam-se grande parte dos seus desvarios.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fiquei deliciado! No fundo, uma simples mulher da limpeza repôs a verdade dos factos: o lixo foi para o lixo, lugar onde realmente pertencia e apenas resta saber como vai a seguradora reagir ao pedido de indemenização pelo roubo da referida “obra”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já há tempos, em Berlim, uma instalação que consistia em latas de conserva usadas, foi “confundida” com a sua verdadeira natureza e também foi parar ao contentor do lixo, passando por restos de uma merenda de turistas pouco asseados.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Imaginativamente, a solução encontrada pelo Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz para obviar a repetição de situações deste tipo, foi a de ministrar formação profissional sobre arte moderna à suas funcionárias da limpeza, de modo a que estes “lamentáveis equívocos” venham a ser evitados de futuro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fracos sinais dos tempos, estes em que corremos o sério risco de confundir a arte com o lixo ou o lixo com a arte. Supremo vexame, o do artista, que em vez da “polémica”, da “ruptura” ou do “choque”, se limitou a ver a sua obra seguir para o lugar ao qual de facto pertencia, um simples contentor do lixo, pela mão profissional de uma “ignorante” funcionária da limpeza.</span></div>
Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-25154048720570351792017-05-04T18:10:00.000+01:002017-05-04T18:53:03.961+01:00ENTRE O FOGO E A FRIGIDEIRA.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhigmg-gsW3C9tu-hldPrfrkJTQahp0KACLW3Q9SH8jQIsZR5y-EhPYn5bmg9rFKMftmgO7YCIseLCNPsF_Gx2o22-3QaZOfHIBd5Fi7tF_c_uTXPh26RzITEmXUWgvZRLlULHa/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhigmg-gsW3C9tu-hldPrfrkJTQahp0KACLW3Q9SH8jQIsZR5y-EhPYn5bmg9rFKMftmgO7YCIseLCNPsF_Gx2o22-3QaZOfHIBd5Fi7tF_c_uTXPh26RzITEmXUWgvZRLlULHa/s1600/images.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A necessidade, quase compulsiva de rotular as pessoas, leva a erros, que embora pouco graves são a demonstração de pouca imaginação, cultura política e maniqueísmo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O facto de eu me ter declarado Eurocéptico, ter ficado satisfeito com o Brexit e demonstrado alguma simpatia por Marine Le Pen, fez imediatamente de mim um elemento da extrema-direita, mais concretamente, um perigoso fascista.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Sobre a Europa, nunca tive ilusões do destino de realidades que são construídas começando pelo telhado, sem curar da necessária existência de um módico de alicerces, capazes de sustentar a estrutura.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não tendo desgostado da CEE, na sua vertente específicamente económica - embora a existência da Comissão Europeia e respectiva burocracia já constituísse um núcleo cancerígeno, pronto a lançar as sua metástase - começou por parecer um projecto viável e interessante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Depois vieram os tratados, desastrosos, mal pensados e que representaram uma espécie de fuga para a frente, do tipo "depois logo se vê... E infelizmente, viu-se mesmo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Maastritch lançou as bases dessa arma de destruição maciça de economias, que dá pelo nome de euro. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nice, num furor agregador e com uma notável demonstração do secular receio do Imperialismo Russo, apressou-se a integrar a trouxe-mouxe, tudo o que eram países adjacentes à Alemanha, finalmente livres do jugo soviético, não por méritos próprios, mas por mérito de um homem que se apercebeu da triste realidade soviética, e que dá pelo nome de Gorbachev.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Lisboa foi a cereja no topo do bolo, redigido ao gosto dos grandes grupos de tendências hegemónicas, e que ostentam designações como Nova Ordem Mundial, Clube de Bildeberg, Trilateral, etc... e que se destinou a substituir, sem referendos, uma maldita Constituição Europeia vergonhosamente recusada na mesa de votos pela Holanda e pela França.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E assim nasceu uma ficção política que se auto-denominou de União Europeia. Muito a propósito disto, lembro-me de um artigo do respeitado Eduardo Lourenço, no qual ele afirmava que a Europa era "uma utopia à procura de um projecto". Decididamente, esse projecto nunca apareceu, a não ser para reforçar, o já exagerado poder hegemónico da Alemanha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Aqui chegados, e com a preciosa ajuda da total desrugalação das regras que deveriam sujeitar o capital, o dinheiro deixou de ser a representação simbólica de uma riqueza, o que lhe conferia o estatuto de meio de pagamento, e passou a ser ele próprio, uma mercadoria abstracta, em que activos inexistentes ou derivados de imparidades, passaram a ser agregados em "produtos complexos" artificialmente valorizados, vergonhosamente impingidos aos clientes por banqueiros sem escrúpulos, e que na verdade, mais não fizeram do que falir meio mundo, tornando-o devedor de uma pequena oligarquia, que fácilmente subordinou o poder político, tornando-o, não numa sublimação do lberalismo, com os seus sufixos "neo" ou "ultra", mas naquilo que, para quem é tão atreito à necessidade de rótulos, eu chamaria de "fascismo financeiro".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A crise declarada em 2007, provocada pelos atropelos às boas práticas bancárias, acabou por ter consequências funestas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A sua principal vítima foi a chamada classe média, cujo comportamento pragmático, serviu nos últimos 70 anos como uma espécie de rgulador da democracia, funcionando como um pêndulo, que girava em sentido contrário, sempre que algum dos "extremos" ameaçava ganhar demasiado poder.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com o desaparecimento desse "centro" regulador, as sociedades começaram a ser empurradas para os extremos, o que veio ditar a decadência dos partidos moderados, para grande espanto (!?) e escândalo dos seus protagonistas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com uma extrema esquerda, com tiques colectivistas, com ideias igualitárias, qualquer estímulo ao sucesso pessoal desaparece, inviabilizando de vez o tão decantado "elevador social" capaz de transportar as pessoas para camadas sociais superiores, mercê o seu esforço e qualidades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Por outro lado, uma extrema-direita, alicerçada em valores nacionalistas, de protecção de uma globalização em que se é obrigado a competir com gente que ganha salários miseráveis, pode ser mais cativante para os antigos militantes do centro, porque, apesar de tudo, lhes abre perspectivas, ilusórias, de poderem apanhar o tal "elevador social", o que os salários e cargas fiscais aplicados, isso torna-se quase impossível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Claro que, como todos sabemos, a história é escrita pelos vencedores e por isso a extrema-direita foi indelévelmente associada aos crimes do fascismo e do nazismo, enquanto a extrema esquerda, que engloba gente como Lenine, Stalin, Mao Tse Tung, Pol Pot e outros "beneméritos" prepertadores de crimes tão ou mais hediondos que os de Hitler e Mussolini, parece ter ficado imune a essa vergonhosa reputação, sendo, pelo menos aparentemente muito mais considerada do que o seu extremo oposto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com isto não estou a defender nenhuma da partes, nem a atribuir-lhes qualquer tipo de mérito, mas não posso deixar de constatar que a tendência que grassa nas democracias Ocidentais, é a da bipolarização entre os dois extremos, que rápidamente ocuparão o espaço deixado livre pelo centro político em vias de total extinção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Assim, com um panorama empobrecido como este, e que qualquer pessoa minimamente informada, fácilmente constatará, pouco mais resta a cada um, do que escolher qual das barricadas vai ocupar, o que no fundo se resume na prosaica escolha entre o lume e a frigideira.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com o regresso de níveis aceitáveis de soberania, isto poderia ser mitigado, ou até</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">mesmo revertido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Daí que, constatando à luz da informação que tenho e a actividade saudável de alguns neurónios, serei sempre partidário, pelo menos nesta fase, de qualquer movimento que possa enfraquecer, reformar se for possível, ou acabar de vez com este sinistro projecto Europeu. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Eu não sou ingénuo ao ponto de acreditar que qualquer atitude nesse sentido, poderá alguma vez vir a ser implementada por um pequeno país, mas sim de uma desagregação que, por questões de sobrevivência, terá de ser planeada e monitorizada pelo colectivo dos países, designadamente aqueles que mais peso têm na economia, e consequentemente na política.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Em jeito de epílogo, cito aqui Nuno Brederode Santos, tristemente desaparecido há pouco tempo do nosso convívio, e pessoa que eu estimava, e que assim escreveu:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"(...)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Eis o que me cumpre advertir à cabeça. A minha responsabilidade morre aqui.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Para a frente, leitor, está apenas o que a fortuna guardou para seu sentido de aventura. Tenha a sorte que merece. Que eu, por mim, preveni-o de tudo. Das contingências e limites que lhe pus na mão: Os depoimentos avulsos de um cidadão medianamente afónico, sem caixa de ar para gritos mais sonoros. Só capaz do que aqui dá, mas dando aquilo de que é capaz. E de consciência tranquila, mesmo sabendo que, por mais que berre, não consegue produzir senão estas cónicas de Domingo à noite.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">São tiros de espingarda de rolha com guita para puxa. Não fazem estrondo. Não vão além de um rumor civil."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nuno Brederode Santos (1944-2017)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-82147680452744884192017-03-26T23:58:00.001+01:002017-03-26T23:58:06.270+01:00...DE VEZ EM QUANDO, FOGE-LHES O PÉ PARA A CHINELA.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-hRzr03BvIVY/WNg4sVSQYsI/AAAAAAAAG1Q/tYV66Zo5dqQeKTJ1Qrh5TEpQ7Ep_aauNACPcB/s1600/Ficheiro_000.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="195" src="https://1.bp.blogspot.com/-hRzr03BvIVY/WNg4sVSQYsI/AAAAAAAAG1Q/tYV66Zo5dqQeKTJ1Qrh5TEpQ7Ep_aauNACPcB/s200/Ficheiro_000.jpeg" width="200" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><i><b>NOTA: </b>Dada a vulgaridade dos termos usados por Jorge Sampaio, na sua Biografia recentemente publicada, achei oportuna a re-publicação de um texto de 13 de Outubro de 2004, no qual bem podemos aferir a fraca qualidade do Presidente da República, que ele foi...</i></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*+*+*+*+*+*</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já tínhamos sido informados de que o Presidente da República ia ser agraciado pelo Rei de Espanha com o Prémio Carlos V.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333;"><div style="text-align: justify;">
Ao que vim a saber, trata-se de um prémio concedido pelo estado espanhol a personalidades que se tenham distinguido em várias áreas, sendo que Jorge Sampaio foi indicado para o referido prémio pelo seu "apoio à construção europeia".</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333;"><div style="text-align: justify;">
Tudo bem! Até acho honrosa a atribuição desta distinção. Por outro lado, o que conheço do trabalho de Sampaio em prol da construção europeia, tem a ver exclusivamente com o seu papel como Presidente da República Portuguesa, e não com o mero cidadão que ele é, quando não investido das suas funções institucionais que lhe foram conferidas pelo voto da maioria dos portugueses (que não eu, é claro!).</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333;"><div style="text-align: justify;">
Assim, acho de uma tremenda mesquinhez e falta de estatura política e estatura moral que Jorge Sampaio tenha públicamente anunciado que se vai "abotoar" com o prémio de 90.000 Euros. Segundo vários orgãos de comunicação social (pelo menos TSF e Público), o Presidente terá afirmado que desta vez iria ficar com o prémio, em vez de o doar a uma instituição de beneficiência, como conviria à mais elementar ética política. "Desta vez vai ser para mim. Os tempos estão maus!" ter-se-ia justificado Jorge Sampaio.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333;"><div style="text-align: justify;">
Concordo que os cargos públicos são muito mal pagos em Portugal, mas a verdade é que só concorre a eles quem quer e parece-me de profundo mau gosto que o Presidente, em fim de mandato, se comece a abotoar com prémios que são fruto da função que exerce e não da sua condição de simples cidadão. Nesse caso, por exemplo, acharia o prémio muito mais justificado a António Vitorino do que a Jorge Sampaio.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333;"><div style="text-align: justify;">
Infelizmente, por muito que nos queiram dar uma imagem de ombridade, honradez e desprendimento, quando menos se espera, acaba por lhres "fugir o pé para a chinela".</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333;"><div style="text-align: justify;">
Se Sampaio está tão mal de finanças, porque não se candidata desde já a um eventual lugar na Quinta das Celebridades? É que para além do rídiculo e da degradação de valôres patenteados pelo referido programa, parece que pagam muito bem. Se lhe restar dignidade, sempre poderá jogar no Euromilhões que dá prémios astronómicos. Quem sabe se não o veremos um dia aos comandos de um jacto Falcon que não seja pago por nós.</div>
</span></span>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-91726562757139066272016-12-12T16:35:00.002+00:002016-12-12T16:35:53.454+00:00POBRE PORTUGAL...<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQyqOpv2FrFujF67eCQvIe2rTb-BkQeJmCG-I_yiMgcu06mPlIWNDH8rxH8QwotLvRsmJbglwBG4o7Dq1KS-wCn5hmN-qyyxFlyJ06ZFkp2FL5PjzIJ5A8sFYCudaL4yYRq1FC/s1600/IMG_0712.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQyqOpv2FrFujF67eCQvIe2rTb-BkQeJmCG-I_yiMgcu06mPlIWNDH8rxH8QwotLvRsmJbglwBG4o7Dq1KS-wCn5hmN-qyyxFlyJ06ZFkp2FL5PjzIJ5A8sFYCudaL4yYRq1FC/s320/IMG_0712.JPG" width="320" /></a></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<ol>
<li style="text-align: center;"><b style="background-color: white; color: #333333; font-family: ubuntulight, arial, helvetica, sans-serif;">(TEXTO ESCRITO E PUBLICADO A 7 de OUTUBRO de 2004)</b></li>
</ol>
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: ubuntulight, arial, helvetica, sans-serif;">Pobre deste nosso País-À-Beira-Mar-Plantado, que mais não tem que fazer do </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: ubuntulight, arial, helvetica, sans-serif;">que discutir acaloradamente a saída de um pseudo comentador político de uma estação de televisão de grande audiência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Devo começar por informar de que não gosto deste governo nem um bocadinho por causa da sua manifesta incompetência e ineficácia.</span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Dito isto (já pareço o Marcelo a falar), vamos ao que interessa:</span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
Em primeiro lugar há que reconhecer que os comentários que Marcelo expendia até ao passado Domingo na antena da TVI, não eram de todo uma análise política. Eram apenas e tão só um verdadeiro tempo de antena, privado, de que o "Professor" usufruiu 45 minutos por semana, sem qualquer oposição, debate ou questionamento, durante o módico espaço de tempo de cerca de quatro anos e meio.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
Convenhamos que é um previlégio que não conhecemos a qualquer outro político, nem no tempo da "outra senhora".</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
O facto destas "crónicas", chamemos-lhe assim, irem para o ar através da TVI também é sintomático. O "Professor" escolheu uma "tv-tabloide", que relata tudo quanto é crime e vilania, dedicando a estes assuntos largos e detalhados directos, nos quais entrevistam furiosamente tudo e todos. É evidente que esta escolha não é inocente, pois era este o tipo de programação popularucha que mais convinha ao "Professor". Atingindo um público tradicionalmente ignorante, que segue embevecido as várias edições do "Big Brother" e mais recentemente a "Quinta das Celebridades", Marcelo tornou-se uma espécie de pitonisa da política caseira.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
Esse povinho que morre espremido nos transportes públicos, que lê "A Bola" ou o "Record" no café e em casa pouco consegue passar da vulgaridade da "Nova Gente", gosta de saber de política, mas tem pouca cultura, tempo ou preparação para a seguir com regularidade. É neste contexto que entra o "Professor", com os seus dotes de comunicador exímio, que lhes serve em 45 minutos um compacto "digest" da política caseira.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
Assim, na Segunda Feira de manhã já sabem do que falar quando chegarem aos serviços e repartições. No fundo o "Professor" é a capa que os protege da exibição da sua própria ignorância. Por isso é que ele é o "Professor", não é?</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
O grave é que o "Professor" só lhes ensina o que ele quer que aprendam, o que não é dispiciendo quando se sabe que a audição das suas "homílias" dominicais eram seguidas religiosamente por cerca de um terço dos votantes nacionais.</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
Agora, com esta rábula que foi encenada por si próprio, Marcelo Rebêlo de Sousa está livre para se candidatar às próximas eleições presidenciais: Como alto militante do PSD terá os votos da direita que antipatiza com o actual Primeiro Ministro e potencialmente terá os votos de muita da esquerda sociológica que decerto se compadece desta vitimização estudada ao promenor, e como o "pôvo é quem mais ordena", lá estará para ajudar, a grande legião de fieis seguidores do grande Oráculo da política: O "Professor".</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
Suponho quem nem Maquiavél conseguiria imaginar tão hábil manipulador e maquinador!</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "ubuntulight" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
Eu como velho monárquico endurecido nunca votei nas eleições presidenciais pela mesma razão que não jogo no totoloto: Não acredito nesses concursos! Agora, aos que acreditam aconselho-lhes muita cautela. Com Marcelo eventualmente na Presidência até irão ter saudades de Mario Soares.</div>
</span>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-39777420880624744362016-09-27T00:17:00.000+01:002016-09-27T00:17:17.687+01:00SERÁ QUE ENTERRÁMOS DEFINITIVAMENTE O PREC...?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhetKF81O1ZE1FidnZDBhbc9-6SDYTKi7Z1z3oVGlFHjiYHmRUQ_Tr3a1d2ARskSN832NIjGCVK3ZEsMtDBmohflJZc9yNagehei7du5t-tOpFiqxk6xnI7Z_vOBun5eKA5IFwM/s1600/MFA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhetKF81O1ZE1FidnZDBhbc9-6SDYTKi7Z1z3oVGlFHjiYHmRUQ_Tr3a1d2ARskSN832NIjGCVK3ZEsMtDBmohflJZc9yNagehei7du5t-tOpFiqxk6xnI7Z_vOBun5eKA5IFwM/s320/MFA.jpg" width="204" /></a></div>
<div style="text-align: right;">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><u>TEXTO ESCRITO EM 13 de JUNHO de 2005</u></span></b></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A minha formação moral e cristã não me permite que exulte ou me sinta agradado pela morte de alguém. Quem morre parte desta Vida em direcção a uma outra realidade, na qual é suposto ser avaliado pelos seus actos terrenos e assim acho, que tanto Vasco Gonçalves como Álvaro Cunhal, estarão nesta altura em boas mãos, prestando contas dos seus actos em Vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se me atrevesse a imaginar no que poderá constituir a justiça divina e fosse um verdadeiro cristão, deveria até sentir pena e comiseração por estas almas que partiram.</div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente não o sou e a única coisa que consigo associar a estes dois ilustres defuntos foi o facto de serem os construtores e executores de um dos mais negros períodos da nossa história moderna: O <strong abp="66">P</strong>rocesso <strong abp="67">R</strong>evolucionário <strong abp="68">E</strong>m <strong abp="69">C</strong>urso, o famosíssimo <strong abp="70">PREC</strong>!</div>
<div style="text-align: justify;">
Tendo em Cunhal o ideólogo e no companheiro Vasco o seu sicário e executor, o <strong abp="72">PREC</strong> atingiu grande parte dos objectivos previstos, sendo, para além da incompetência política posterior, o maior factor de atraso para o Portugal que se desejaria moderno e competitivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
De uma penada privatizaram a Banca, os Seguros e todas as empresas de maior dimensão existentes à época em Portugal, cuja administração ficou entregue a comissões de trabalhadores e a comissões ad-hoc constituída por militares de baixa patente e nenhuma preparação. Os saneamentos políticos dos gestores e técnicos competentes, levou a uma sangria sem precedentes das elites preparadas que existiam, levando-as ao exílio. A reforma agrária e a ocupação selvagem de terras por trabalhadores rurais, constituídos em cooperativas agrícolas ineficientes e mal geridas, colocaram a já fraca agricultura portuguesa na total e completa bancarrota. As permanentes intervenções estatais nas empresas públicas, injectando capitais sobre capitais para disfarçar as gestões ruinosas, criou um inesgotável e insaciável sorvedouro dos dinheiros públicos, estes cada vez mais parcos, dada a ineficiência e laxismo de todo o sistema fiscal. Para finalizar, a cereja em cima do bolo: Uma constituição quase marxista, de grande carga ideológica e blindada em relação a um grande conjunto de normas, que nos dias de hoje nos retiram a necessária competitividade como País e inibem de forma quase irremediável a atracção de investimento estrangeiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Todo este processo, é preciso notá-lo, tinha como desfecho confesso e explicito a instituição de uma ditadura do proletarieado em Portugal, a qual só foi travada a 25 de Novembro, com o recuo dos comunistas e a escassos milímetros de uma guerra civil fratricida e sangrenta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, retirando o enorme volume de tragédias pessoais provocadas por estas políticas, algumas das quais ainda se reflectem nos dias de hoje, é este, em traços largos, o retrato do <strong abp="76">PREC</strong>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Este sinistro processo, visto e analisado à luz de hoje, tem as consequências que se conhecem e das quais resulta o estado caótico em que o País se encontra, em nada tendo ajudado a péssima qualificação e manifesta fraqueza dos políticos nacionais.</div>
<div style="text-align: justify;">
É sabido que se consegue destruir em minutos aquilo que demora anos a construir. Pode ser a implosão de um edifício, a quebra de uma confiança ou a destruição de uma economia, e neste particular, o <strong abp="79">PREC</strong> foi de uma eficiência perfeitamente demolidora.</div>
<div style="text-align: justify;">
Debatendo-se hoje Portugal com todas as carências estruturais que se conhecem e que resultam na gravíssima crise orçamental e económica que aflige o País, custa-me constatar, ou mesmo a admitir, que haja quem tenha o atrevimento de considerar os principais artífices de tão sinistro processo como <strong abp="81">perdas irreparáveis</strong> ou grandes <strong abp="82">patriotas</strong>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Repetindo o meu início, não exulto com a morte de ninguém, mas reservo-me o direito, e quem sabe se o dever, de não sentir qualquer saudade ou respeito pela sua memória. </div>
Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-58995394225767792512015-12-09T20:17:00.000+00:002015-12-09T20:23:39.094+00:00A MELANCOLIA DE UM DESENCANTO.<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 18px;"><b>Texto publicado em 27 de Janeiro de 2005</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizB51aE9f8nYhWOcAlCE3AkON6cmoPP1CNxZ2mumyCf-VSCq3w3yIDbjfqevphP7ugOXhWGfxhxh34PF43h3IzHMJgzwvJ2M_rDAYL9ckqvRePka7663DMjL1AcM7mTKKFVTMC/s1600/visc3a3opolitica_rico.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizB51aE9f8nYhWOcAlCE3AkON6cmoPP1CNxZ2mumyCf-VSCq3w3yIDbjfqevphP7ugOXhWGfxhxh34PF43h3IzHMJgzwvJ2M_rDAYL9ckqvRePka7663DMjL1AcM7mTKKFVTMC/s320/visc3a3opolitica_rico.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Quando eu era “menino e moço” a política nunca foi uma prioridade
para mim!</span><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não o era para mim, como também não o era para muitos dos chamados “Militares
de Abril” que conheci nessas minhas meninice e adolescência.</span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
<div style="text-align: justify;">
A vigência do Estado Novo com toda a sua miríade de organizações
juvenis, actividades lúdicas e moral institucional, a isso não só propiciava,
como formalmente obrigava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Militava eu na altura numa auto-denominada “Juventude Monárquica”, a quem
o Regime não ligava nada, mas que nos dava um certo sabor a ilegalidade e risco
subsequente. De facto pouco mais fazíamos do que lançar pequenos folhetos,
duplicados manualmente, do alto do Elevador de Santa Justa, nos quais
exaltávamos as virtudes da Monarquia perante uma Republica implantada pela
maçonaria, através de um sangrento Regicídio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No começo da adolescência falaram-me do socialismo!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entusiasmado, partilhei com o meu Avô o que me parecia a justeza de um regime.
Nessa noite, como por magia, surgiram na minha mesa de cabeceira as
duas obras primas de Orwell: “Animal Farm” (estupidamente traduzido para
português como “Triunfo dos Porcos”) e “1984”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Devorados rapidamente os livros, apercebi-me de que estava definitivamente
curado dessa potencial “primo-infecção” de cariz socialista.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O 25 de Abril apanhou-me em Angola, tornando inviável um certo tipo de futuro
que eu ingenuamente engendrara. Regressado a Lisboa rapidamente me apercebi que
os obreiros da denominada “Revolução dos Cravos”, outros não eram que
velhos companheiros de escola e folguedos, aos quais os problemas laborais com
que se debatiam no seio das suas carreiras militares, rapidamente foram
politizados através de “sessões de esclarecimento” e outros “hapenings” de
carácter político, sabiamente orquestrados pelo “esquerdalho” stalinista tão em
voga na época.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, compreendi então que a política era imperativa e aceitei que o sistema
democrático e o estado de direito corresponderiam realmente a um sistema justo
e equitativo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo eu entendi, um sistema democrático possibilitava-nos a escolha, o que
significava que o povo escolheria os seus representantes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Rapidamente me apercebi que a tibieza e desconfiança reinantes na “Assembleia
Constituinte” tinham produzido um tal aborto de Constituição, que muito mais
importante do que o acto de escolher, era o acto de excluir, através da
peregrina figura do "voto útil", que passados trinta anos ainda
continua a fazer doutrina. Parecia-me um atentado ao conceito de democracia e à
liberdade de escolha, mas enfim, levando em conta o Regime anterior, até que
não era assim tão mau.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O tempo passou. O País “europeizou-se”, saiu daquela espécie de limbo em que se
mantinha desde finais do Século XIX e… Ao que parece, tudo piorou!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No momento actual, no limiar de eleições legislativas importantíssimas, chego à
conclusão que para lá de me ter sido retirado o direito de escolher, foi-me
igualmente retirado o direito de excluir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Afinal o que fazer? Escolher entre o muito mau e o péssimo? Abster-me? Votar em
branco (que é o mesmo que me abster)? Vociferar? Insultar? Preparar atentados à
bomba?</div>
<div style="text-align: justify;">
Francamente não sei o que fazer e o desencanto absoluto invade-me por todos os
poros. O “establishment” da democracia instituída proclama que o voto é a arma
do Povo, ao que os anarquistas ripostam, afirmando que se o Povo vota perde
definitivamente a sua arma. Quase me inclino para concordar com estes últimos.
Pelo menos não se escondem atrás de sofismas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou me engano muito, ou quem vai ganhar estas eleições é o “partido”
da abstenção, que basicamente colhe os seus “votos” no descontentamento, na
descrença, na indiferença, na impotência e, basicamente, na revolta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que Deus nos proteja, pois pelo que me é dado constatar, estamos entregues à
“bicharada”, o que com o actual sistema político nos condena a penar,
vítimas da incompetência dos governantes, da incapacidade dos partidos, da
voracidade das “jotas” e, principalmente, dos "sebastianismo" e
passividade do Povo português.</div>
</span>Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-57492962839532497472015-07-06T20:33:00.001+01:002023-01-15T19:48:34.598+00:00NO EXTREMO DO ARCO-IRIS.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyPxtPktdH2sD3Mx5bRQXTxqdyTcuq5YaOGw2C9dk5yq_qg_aDrvGoAOHptTPFQ-CyMbFLabrnD-PC5LuZBtEp0DiLZd14V6zH6St5lNNT1DtY-0tsbN-0YTizanbUugzE6HjT/s1600/arcoiris.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" height="164" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyPxtPktdH2sD3Mx5bRQXTxqdyTcuq5YaOGw2C9dk5yq_qg_aDrvGoAOHptTPFQ-CyMbFLabrnD-PC5LuZBtEp0DiLZd14V6zH6St5lNNT1DtY-0tsbN-0YTizanbUugzE6HjT/w181-h164/arcoiris.jpg" width="181" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Na minha meninice, idade de todas as crenças e
ingenuidades, sempre me foi dito que existia um pote de ouro no extremo do
arco-íris.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Nessa época morava em frente ao mar, a escassos metros do
tormentoso mas belo Oceano Atlântico. As dunas, varridas pelo vento
espraiavam-se até ao limite da minha vista perdendo-se depois gradualmente nas
neblinas típicas das praias nortenhas de forma um tanto ou quanto
fantasmagórica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Por alturas da Primavera, quando os fortes aguaceiros
alternavam com o sol frio mas radioso e transparente, formavam-se com
frequência vistosos e espectaculares arco-íris, por vezes duplos e até triplos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">Era nesses dias límpidos e frios que nos juntávamos ao
fim do dia para observar magníficos ocasos na esperança de vislumbrar o mítico "</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">raio verde"</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">, fenómeno fugaz,
que ao que se dizia, rutilava por breves fracções de segundo, no momento em que
o ultimo pedacinho de sol mergulhava nas águas azuis prateadas do horizonte,
lançando no espaço um brevíssimo brilho de cor verde esmeralda.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">Confesso que nesses tempos de credulidade nunca vi
realmente o "</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">raio verde"</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">, embora por vezes, tanto eu como os
meus irmãos jurássemos a pés juntos que o havíamos vislumbrado, para grande
gáudio e satisfação do meu Pai que afiançava sempre a existência do efémero
fenómeno.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Olhando os arco-íris da minha janela continuava
ingenuamente a acreditar na possibilidade de existir um pote de ouro num dos
seus extremos, embora se me afigurasse impossível procurá-lo, já que
normalmente o seu início se localizava para lá da inultrapassável fronteira da
via férrea e o seu fim caía inevitavelmente no meio da turbulenta e furiosa
rebentação das vagas que continuamente fustigavam a praia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Uma manhã, bem cedinho ainda, ao olhar pela janela
deparei-me com uma situação extraordinária: A maré estava vazia, com as ondas
bem recuadas para lá da barreira das escuras
rochas, e um magnífico arco-íris, nascido sabe-se lá onde, terminava sobre a
areia molhada a poucas dezenas de metros da minha casa, ali mesmo à mão de
semear.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">Vesti-me atabalhoadamente, desci as escadas a "</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">dois-e-dois"</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;"> e corri pelas
dunas em direcção à praia e ao local onde terminava tão espantoso arco-íris.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Eram apenas algumas dezenas de metros, mas de forma
misteriosa, quanto mais eu me aproximava do fim do arco-íris, mais ele
subtilmente se afastava de mim, mantendo uma distância constante como se eu
corresse sobre um tapete rolante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Ofegante, continuei a correr até que me dei conta de que
estava já longíssimo de casa e o arco-íris permanecia exactamente à mesma
distância de mim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Depois foi a desilusão. Um raio de sol mais forte
provocou um ligeiro tremeluzir naquele maravilhoso caleidoscópio que se esfumou
repentinamente como se nunca tivesse existido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">Nesse dia quando me deitei, percebi uma coisa
importantíssima: O pote de ouro devia realmente existir no extremo do
arco-íris, o problema é que este aparentemente tinha uma natureza inatingível,
pelo que deveriam existir melhores formas de chegar ao pote de ouro.<o:p></o:p></span><br />
<span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">Esta recordação, desgarrada e talvez um tanto espúria,
fez-me reflectir um pouco sobre o rumo de Portugal e do seu Povo durante estes
últimos quarenta anos. Durante esta era de democracia, os Portugueses parece que
ainda não se aperceberam da natureza do arco-íris e continuam em busca do seu
fim à procura do almejado pote de ouro.<o:p></o:p></span><br />
<span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">De tentativa em tentativa, os diversos governos têm
arrastado o País nesta busca infrutífera. Começaram por construir estradas e
auto-estradas na ânsia de encontrar uma das pontas do arco-íris, depois construíram
um Centro Cultural para melhor se posicionarem para a sua localização. Vendo
que isto a nada os levava, organizaram a Expo 98 e o Euro 2004 pensando que
talvez assim tivessem mais sorte. Agora já cogitam perseguir o fim do arco-íris
através de um caríssimo TGV e de um Aeroporto Faraónico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Esquecem-se do essencial da questão: A natureza do
arco-íris!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">A sua existência é virtual e não passa de um fenómeno de
refracção da luz através de minúsculas e efémeras gotas de água, razão pela
qual, embora o vejamos num local perfeitamente definido, este mudará sempre de
acordo com a nossa localização, pelo que, ainda acreditando que lá se encontra
um pote de ouro, já desisti de o alcançar.<o:p></o:p></span><br />
<span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Ao invés disso, arranjei um bom trabalho, trabalhei,
adequei as minhas ambições ao meu horizonte de possibilidades e com a maior das
tranquilidades tornei-me num homem feliz, mesmo sem ter encontrado o ouro no
fim do arco-íris.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">Que pena o Povo Português não se conseguir munir de
alguma simplicidade e perceber esta verdade tão básica e tão simples em vez de
continuar a sua vã busca do pote de ouro - que inicialmente parecia residir na
União Europeia - mas que na realidade se encontra na capacidade de trabalho e
diligencia de cada um.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-family: arial; mso-ansi-language: PT;">E no entanto não há impossíveis!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">Há uns anos, a bordo do "</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">ferry"</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;"> que liga
Santander a Southampton, sentado no deck e beberricando uma cerveja, observava
o pôr-do-sol no mar alto. Recostado na espreguiçadeira, sem tirar os olhos do
sol que se punha, contava à minha mulher as antigas observações em família e a
vã busca da observação do "</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">raio verde"</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">, acrescentando que aquela história
provavelmente não passaria de mais um dos vários devaneios próprios e
característicos do meu Pai.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">O sol acabou de se pôr, e para minha estupefacção, no
momento em que o disco dourado mergulhou na falsa e traiçoeira calma do mar da
Biscaia, num relâmpago fugaz e com o incomparável lampejo de uma esmeralda
polida entrevi por um brevíssimo instante o "</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">raio verde"</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;"> em que não
acreditava.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">Pode ser que afinal o Povo Português encontre o seu pote
de ouro no extremo do arco-íris, da mesma forma que eu encontrei o meu "</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;">raio verde"</span></span><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="font-family: arial;">, não como um
desígnio ou solução de vida, mas tão-somente como mera recompensa de um
trabalho árduo e profícuo.</span><o:p></o:p></span></div>
Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-29821830647748498702015-06-23T18:40:00.002+01:002015-06-23T18:53:50.667+01:00HIPOCRISIAS...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkSGgIHU9h1iiOpIDqeUhoGt-T_C1fhJ1kh-hKmyqFAPsDP2R0vSOqAwBNNS6_hGrrfTTF_Y3b6PxKHCbt1DEufPg6_GVYBNO2jTaKGuHGk12LPVKL7neyVXFlg7I0Klgn1nTK/s1600/NOeiras.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="135" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkSGgIHU9h1iiOpIDqeUhoGt-T_C1fhJ1kh-hKmyqFAPsDP2R0vSOqAwBNNS6_hGrrfTTF_Y3b6PxKHCbt1DEufPg6_GVYBNO2jTaKGuHGk12LPVKL7neyVXFlg7I0Klgn1nTK/s200/NOeiras.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Texto escrito em </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">26.07.04</span></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 18.3999996185303px;">Infelizmente, ao longo da minha vida tenho sido confrontado com grandes hipocrisias.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Aqui há uns anos, no decorrer da minha actividade profissional, foi-me solicitado por certa senhora a execução de trabalhos de jardinagem em sua casa. Tratava-se de pessoa conhecida na nossa ridícula "society", nome sonante, com voluntariado conhecido e militante em várias instituições e senhora de uma respeitável fachada moral.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Como é comum nestes casos, enviei um jardineiro e um ajudante, dado o trabalho ser o adequado a esse tipo de equipa. Resta apenas acrescentar que o ajudante em causa era um jovem deficiente, a trabalhar comigo há já muitos anos, extremamente esforçado e aplicado, apesar das limitações específicas derivadas da sua deficiência.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Pouco tempo depois recebi um telefonema da cliente, que constrangida me pediu para substituir jovem deficiente. Afirmou que achava meritório que eu desse emprego a "esta gente", mas que em casa dela não dava pois "as crianças ficavam impressionadas."</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Neguei-me terminantemente a fazer-lhe a vontade e o contracto terminou logo ali!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">De tempos a tempos lá vou vendo a dita senhora, nos seus sociais "voluntariados", sendo entrevistada aqui e ali sobre a melhor maneira de ajudar o próximo (!).</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Veio-me hoje esta história à cabeça após ter lido uma notícia no jornal "Público" acerca de umas pessoas que tentam combater por todas as formas e meios, uma pequena alteração num Centro para deficientes motores, destinada a dar-lhes mais conforto e operacionalidade, em suma, dar-lhes um pouco de qualidade de vida que infelizmente a vida lhes não deu. Invocando os mais mirabolantes argumentos que vão desde a violação do Plano Director Municipal (se fosse para fazer uma garagem para guardar o carro já o Plano Director decerto não interessaria) até à hipotética desvalorização das suas casas, tudo têm feito para, por trás de argumentos aparentemente objectivos, se eximirem à única razão realmente verdadeira: Os deficientes incomodam a sua pacata e burguesa existência!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Por acaso moro perto do local, conheço bem o Centro em questão, algumas pessoas que lá trabalham e alguns deficientes que lá habitam. Conheço também alguma da vizinhança que tanta sanha tem mostrado em relação ao projecto, e tal como a senhora da situação anterior, é tudo boa gente, solidária e bondosa... Desde que seja longe, é claro!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">As obras foram legalmente autorizadas, as tentativas de embargo inviabilizadas por várias instâncias e mesmo assim, esta boa gente, amiga e solidária, afirma sem vergonha que recorrerá aos tribunais se necessário for.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Deus lhes dê muita saúde!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Se tiverem idade para ter filhos, que não lhes saia nenhum com uma deficiência. Se essa idade já tiver passado, não se esqueçam dos netos... Pois nunca saberemos o que o destino nos reserva!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Hipocrisias!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Bons cidadãos, conscientes, solidários, contribuintes de instituições e no entanto incapazes de conviver com o incómodo e a crueza do sofrimento alheio.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><b><u>Nota</u></b>:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Para que não fiquem dúvidas, a instituição visada por estes modelares cidadãos, que constituem a Associação de Moradores de Nova Oeiras, é o Centro Nuno Belmar da Costa e pertence à Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-42049591181161023722015-06-21T17:28:00.001+01:002023-01-15T19:19:11.598+00:00A TRANSCENDENTE IMPORTÂNCIA DO ÓBVIO.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht_oUecao-x1LDJnfMnGEJV2RCWs1StkGvVLklWTSuy79_k0lBW_LPOmd0SkcTWmmSrTrjGsi-ZrZQ1-IFRsH1yeVt0HVGgaUeROnO4QNyajjANd2XgaynYjvJp-rJgHuvQH3F/s1600/blogger-image--2016213709.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht_oUecao-x1LDJnfMnGEJV2RCWs1StkGvVLklWTSuy79_k0lBW_LPOmd0SkcTWmmSrTrjGsi-ZrZQ1-IFRsH1yeVt0HVGgaUeROnO4QNyajjANd2XgaynYjvJp-rJgHuvQH3F/w320-h256/blogger-image--2016213709.jpg" width="320" /></span></a></div>
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">Normalmente passamos uma parte da nossa Vida à espera de acontecimentos extraordinários.</div>
<div style="text-align: justify;">O ritmo e forma de como a informação nos chega, molda-nos a atenção de forma a desprezar ou pelo menos minimizar a importância do singelo, daquilo que é quotidiano e que, por assim dizer, acaba por constituir uma elevadíssima percentagem dos acontecimentos que se passam à nossa volta e também dos nossos próprios actos.</div></span><div>
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Diz-se que o jovem Sidartha, futuro Buda, a primeira vez que conseguiu sair da gaiola dourada que o protegia do mundo exterior, sentou-se debaixo de uma árvore observando um homem que esforçadamente conduzia um arado, puxado por uma poderosa junta de búfalos, lavrando um solo duro e difícil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Enquanto Sidartha observava impressionado o esforço do homem, um pequeno pássaro sobrevoou a parte já arada do campo, e numa manobra rápida, apanhou um verme que se contorcia sobre o terreno seco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Nesse momento Sidartha apercebeu-se de que todas as coisas no mundo estão relacionadas, pois se aquele homem não tivesse lavrado aquele campo, não teria desenterrado aquela minhoca, a qual não teria sido apanhada por aquele pássaro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Possivelmente a minhoca teria sido poupada para continuar o seu misterioso destino na escuridão do subsolo e o pássaro ter-se-ia contentado com um insecto, o qual deixaria de polinizar uma série de plantas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Esta constatação, embora de uma simplicidade cristalina, escapa-se-nos muitas vezes, pois a nossa atenção está mais virada para nós próprios do que para o papel que poderemos desempenhar no Mundo e na Sociedade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Cada pequeno acto da Natureza ou da Vida, influencia de forma muito sub-reptícia todo o futuro do mundo. Muitos pequenos actos, relacionados e potenciados por outros pequenos actos ou acontecimentos, moldarão inevitavelmente o futuro, de uma forma tão sensível que esse mesmo futuro será sempre diferente se algum desses pequenos actos não for praticado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
De que forma podemos ajuizar quando a recusa de uma simples moeda a um mendigo, de um empréstimo a um amigo necessitado ou até a necessária montagem de uma ratoeira na nossa dispensa, poderá alterar o nosso futuro?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Jamais o poderemos avaliar!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Esta constatação acaba por nos atribuir responsabilidades mais pesadas, pois irá sempre obrigar-nos a ponderar todas as nossas acções e a olhar o Mundo e a Vida com redobrada atenção e sentido de responsabilidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Será pois talvez a hora de abrirmos os nossos sentidos e a nossa mente a tudo o que se passa à nossa volta, e sermos capazes de nos maravilhar com a simplicidade do que é óbvio e singelo.</span></div>
</span></div>
Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5626374.post-48612731842884156442015-05-14T23:09:00.001+01:002015-05-14T23:32:21.434+01:00SEMENTES DE VIOLÊNCIA (?!)<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><u>Texto escrito em Junho de 2007</u></span><br />
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMRc2zuBVm5Mi4AmXiUSUkvUw5vMhuMsr8XpTxLFKC7DWAOGJ6rQ6yW31doWATbq49pGliblct756CLpbZyge-4moOSqG7AACveJ6uFoxr4pdaQBje0xJuS1RrWD18hWnuwBDm/s1600/doom3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMRc2zuBVm5Mi4AmXiUSUkvUw5vMhuMsr8XpTxLFKC7DWAOGJ6rQ6yW31doWATbq49pGliblct756CLpbZyge-4moOSqG7AACveJ6uFoxr4pdaQBje0xJuS1RrWD18hWnuwBDm/s320/doom3.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Lembro-me de um divertidíssimo conto
(penso que da autoria de Robert Heinlein), no qual era relatada a chegada à
Terra dos Venusianos, já muito anos após a extinção da Raça Humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Os arqueólogos Venusianos, entre os
vários artefactos que encontraram, deram com uma caixa de lata cujo interior
guardava uma película com fotografias sequenciadas, que eles rapidamente
deduziram que se fossem projectadas a um determinado ritmo, mostrariam como era
a Vida na Terra e de que forma os Terráqueos se comportavam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Foi então construído um aparelho que
permitia a projecção da película encontrada e que deveria esclarecer o mistério
da extinção da humanidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">No dia da projecção, perante uma
plateia erudita e impaciente, lá puseram a máquina em movimento e com assombro
assistiram a uma pequena, e incompreensível sequência de imagens, nas quais uns
personagens pequenos corriam desesperadamente e se agrediam no meio de uma
inominável guincharia, batendo com paus, fazendo explodir bombas ou
empurrando-se por precipícios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Quando terminou a projecção, a plateia
havia emudecido. Como teria sido possível a uma raça com semelhante
comportamento ter tido uma permanência tão longa na Terra. O mistério tornou-se
insolúvel, pois apesar da sua ciência e sapiência, os Venusianos nunca conseguiram
traduzir ou apreender o significado dos símbolos com que terminava a película e
que rezava: Walt Disney Productions.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Vem esta reflexão a propósito de tudo
o que se tem dito acerca do efeito pernicioso dos videojogos, muito
concretamente do Manhunt 2 que foi proibido na Inglaterra e tem despertado
discussão em vários países.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Penso que ninguém achará que advogo a
violência, mas a verdade é que não entendo semelhantes alarmismos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Na minha geração, para além das brigas
frenéticas da família Donald (provavelmente o que havia sido visionado pelos
Venusianos), lembro-me bem das brutalidades que recaíam sobre o pobre Coyote,
levadas a efeito pelo esperto e perseguido Road Runner.A minha geração assistiu
com entusiasmo à versão que Hollywood forneceu sobre o genocídio dos índios
Norte Americanos, sendo que os heróis sempre foram os mais violentos
exterminadores. O advento dos filmes realistas pôs-nos em contacto com
personagens como Hannibal, the Canibal com direito a nomeação para Oscars e
tudo.Hoje em dia servem-nos à hora do jantar a violência verídica dos massacres
de Bagdad, da faixa de Gaza e do Afeganistão, sem se coibirem de apresentar as
chocantes imagens de corpos desmembrados e ensanguentados: É a violência que
normalmente nos acompanha o bife, fazendo-nos apenas desviar o olhar, por
incomodidade insanável, quando nos apresentam famintos refugiados que se
esgadanham por um punhado de farinha.<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Todo este arrazoado vem a propósito
das recorrentes reacções das sociedades em relação aos videojogos e outros
conteúdos, como por exemplo o já clássico Dragon Ball Z".<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Em primeiro lugar, embora possa
criticar o mau gosto, acho que as editoras podem publicar o que quiserem sem
que ninguém tenha nada a ver com isso. Estas reacções semi-histéricas de sociedades,
já de si problemáticas, parecem esquecer-se da obrigação de vigilância que os
Pais devem exercer sobre os Filhos, aconselhando-os em relação aos conteúdos
dos seus objectos lúdicos, e não remeter essa obrigação para um Estado que se
quer democrático e pouco interventivo na nossa vida pessoal.<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Por outro lado parece-me que está por
provar que haja uma relação directa entre os conteúdos violentos e as acções
congéneres, sendo até que alguns psicólogos defendem que este tipo de conteúdos
apenas serve para aliviar as tensões de um mundo já de si muito agressivo.<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Se na realidade houvesse alguma
relação directa entre as coisas, provavelmente eu seria um monstro, já que fui
exposto ao panegírico do genocídio dos índios, às maldades do Tom sobre o
Jerry, às histerias da família Donald, aos infortúnios do Coyote, à
brutalidades do Dirty Harry magistralmente interpretado por Clint Eastwood
e a outros tantas cenas de violência, tais como os desmembramentos levados a
cabo pelo Alien, Etc... Alem disso confesso que não foram poucas as vezes que
me entretive a jogar o Doom, no qual os Nazis espichavam sangue sempre que
baleados ou esfaqueados.<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Manifestamente, ao longo dos meus já
muitos anos de vida, não foram estes estereótipos que me modificaram. Na
realidade, o que gera em mim uma certa dureza e impiedade são as notícias que a
televisão me mete em casa nas Nine o´Clock News que tão bem Simon &
Garfunkel corporizaram nos anos 60 ao editarem um disco, cantando a clássica
natalícia música Noite Feliz, tendo como fundo o noticiário real das 21H da
CBS, do dia 25 de Dezembro, relatando as baixas e os horrores da guerra no
Vietnam e de todas as tragédias que nesse dia grassavam pelo globo.<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Em vez de se preocuparem com o que os
outros fazem, preocupem-se antes em acompanhar e aconselhar os vossos filhos,
pois esta é a única forma de os proteger.<o:p></o:p></span></div>
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<br /></div>
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Jose Maria Eça de Queirozhttp://www.blogger.com/profile/07771658509233918340noreply@blogger.com0