quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A NAVE DOS LOUCOS.

"A maior de todas as loucuras, consiste em repetir sempre os mesmos procedimentos e esperar pela obtenção de resultados diferentes."
Albert Einstein

O título deste texto, para além de óbviamente não ser original, é provávelmente um dos mais glosados de sempre.

Com origem numa alegoria medieval, posteriormente retratada pelo genial Hyeronimus Bosch, versa sobre ideia da busca irracional da completa felicidade e de um mundo diferente e utópico.

Passados os momentos mais agudos da recente crise política, na qual o Presidente da República procurou um acordo de regime que nos garantisse alguma estabilidade no período chamado de pós-troika, basta uma leitura cruzada sobre as propostas socialistas, para se entender bem onde reside a loucura, voltando a tentar repetir pela enésima vez as mesmas fórmulas que nos levaram ao descalabro, na presunção que desta vez vai ser diferente e a coisa vai resultar.

Um conjunto de medidas que só aumentam a despesa, na esperança de que estimulem a economia para que esta dê os frutos necessários a uma utópica regularização do déficit, e tudo isto na convicção sonhadora de um conjunto de alterações ao memorandum da troika, sem que haja a mínima garantia da  possibilidade de concordância da tríade a essas pretendidas alterações.

Como dizia Margaret Tatcher, os socialistas só conseguem governar, enquanto dura o dinheiro dos outros, e no fundo, é isto mesmo que Seguro nos vem assegurar no desvario das suas propostas. Bem sabemos que esta "Nave dos Loucos" em que se converteu o PS, para lá de um fraco comando, enferma de gravíssimos motins, inspirados e espicaçados por quem já se encontra confortávelmente instalado no bote salva-vidas e se deleita com a eventualidade de uma catástrofe emninente. São deputados frustrados, ex-governantes melindrados e vingativos, para além dos "históricos", que senis e tremebundos, se julgam ainda importantes e julgam que o tempo ainda é de vacas gordas.

E assim, como o comandante Francesco Schettino lançou imprudentemente o navio Costa Concordia contra os rochedos da ilha de Giglio, assim António José Seguro acabou por encalhar o PS no mar encapelado e traiçoeiro em que se tornou a vida política Portuguesa.

A falta de sentido de Estado, a incapacidade de liderar o seu Grupo Parlamentar e a enorme permeabilidade às pressões externas, todas elas ecos de um passado de incúria, despesismo e ineficiência, lançam sobre o líder do PS o labéu de pior Secretário Geral em exercício, desde a fundação do Partido, que nem com um Governo a tomar as mais impopulares medidas de que há memória, consegue descolar nas sondagens.

Infelizmente, dada a fragilidade e inoperância da nossa Democracia e a incompetência do nosso sistema político como um todo, nada de bom auguram os próximos tempos. Vociferam Seguro e seus sequazes de que Portugal tem de ser mais duro e exigente com a Europa e, básicamente, obrigá-la a encontrar as soluções  mais vantajosas para o nosso país. Terá provávelmente razão neste ponto, mas a verdade é que é surrealista acreditar que um líder que não consegue líderar sequer o seu Partido, tenha as condições anímicas e as qualidades  necessárias para se impôr a lideranças políticas Europeias, que só pensam em si próprias e fazem da palavra "solidariedade" um eufemismo que apenas serve para enfeitar as retóricas políticas.

O actual Governo está muito longe de ser um modêlo de coerência política, de eficiência e transparência, mas olhando para a "Nave dos Loucos" em que se tornou o PS, apenas nos resta vestir o smoking e pôr a orquestra a tocar o "Ramona", enquanto o País se afunda lenta e inexorávelmente, puxado para o fundo pelos maiores pesadêlos que o assolaram nestes últimos 30 anos: A União Europeia e a sua arma de destruição maciça, que dá pelo pomposo nome de Euro!



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