quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A MALDIÇÃO DO EURO TEM DE SER ESCONJURADA!


Convinha começar por colocar a seguinte pergunta: Quem foram os irresponsáveis que nos “enfiaram” no Euro sem curar de estudar todas as suas implicações, inclusivamente a que presentemente nos assola? Não sou economista, nem coisa que se pareça, mas desde o início sempre me pareceu uma imprudência. É como um “teso” ir jantar a um restaurante de luxo com um “ricaço” e saber que no fim vão dividir a conta. É só o “ricaço” que ganha com isso, não vos parece lógico?
Claro que para o nosso “establishment” político e financeiro, a simples alusão à saída de Portugal do Euro, provoca reacções de histeria que só encontram paralelo com as reacções do mundo Árabe a um filme ridicularizando Maomé.
Para quem acha que é inevitável permanecer agarrado a uma economia germanizada, que não nos dá nem espaço para respirar, aconselho a leitura deste estudo feito por Pedro Cosme Costa Vieira, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Não é uma solução única, pois há muita gente que se debruça sobre o assunto, mas pelo menos tem o mérito de nos apontar uma direcção possível.
Se observarmos bem, não me parece que toda esta crise das dívidas soberanas e respectiva evolução, seja uma obra do acaso, ou pelo menos que não tenham um aproveitamento oportunístico.
A Alemanha, quando nos vendeu submarinos ou pretendeu vender o equipamento do TGV, não parecia nada preocupada com a nossa dívida, como não se preocupou a financiar a Grécia para a construção do novo aeroporto de Atenas ou as infraestruturas para as Olimpíadas, sem falar nos 8 (OITO) submarinos que vendeu ao Governo Grego. Em relação à Espanha e à Itália, embora o caso seja diferente, não se descortina o mínimo esforço para viabilizar soluções capazes de debelar a crise de uma forma séria e duradoura.
Toda esta situação está a criar um profundo fosso económico entre a Europa do Norte e a Europa do Sul, onde provavelmente a França irá ficar situada, por muito que tente escapar.
E isto é de interesse para os Alemães? Claro que é!
Com as economias do Sul enfraquecidas, o Euro torna-se numa moeda extraordinariamente competitiva para as exportações dos Países fortemente industrializados. De facto, se não houvesse moeda única, o Marco Alemão estaria altamente valorizado, pelo que seria muito difícil exportar os Mercedes, BMW’s, Audis e outros produtos industriais, dado o valor exorbitante que atingiriam devido ao mercado cambial.
Assim se cumprirá o grande desiderato Germânico de domínio Europeu, que o não tendo conseguido por via das armas nas duas Grandes Guerras do Sec. XX, está a consegui-lo pela via financeira, consagrando na sua órbita os Países da ex-URRS, a Holanda e alguns Nórdicos, que enriquecerão e engordarão à custa do mau desempenho das economias do Sul, que sem meios nem instrumentos para debelar a crise, sempre ficarão reféns desse conjunto de Países e se encarregarão de manter o Euro em câmbios muito vantajosos.
É uma real ameaça da instalação de um bem sucedido IV Reich!
Por trás desta situação parece pairar a sombra diáfana e sinistra do Banco Goldman Sachs, o qual tem conseguido colocar os seus homens de mão em lugares chave desta decrépita Europa. Por cá Carlos Moedas e António Borges, por lá Papademus, Monti, e muitos outros que decerto não conseguiremos identificar.
Esta política financeira predatória, própria do Capital sem Pátria, que destrói Países e rouba soberanias, não teria sido fácil de executar se a Europa não tivesse criado a arma perfeita: O Euro!
Assim, se Portugal estiver disposto a ser pouco mais do que um escravo financeiro da Alemanha, e em última análise a sua fronteira Ocidental, então deverá permanecer no Euro, definhando, empobrecendo e sempre de mão estendida à caridade, sem nunca mais recuperar a soberania necessária para se poder defender através dos instrumentos tradicionais, tais como a desvalorização da moeda e a subida controlada da inflação.
Caso contrário, daqui uns anos, os catastrofistas que hoje prenunciam que a saída do Euro nos ia custar mais de 60% do poder de compra, vão verificar que vamos perder esse mesmo poder de compra, ou mais, sem no entanto nos libertarmos das grilhetas que nos aprisionam e que todos os sacrifícios entretanto pedidos, ou melhor, exigidos aos Portugueses, foram completamente em vão.
Eu estou disposto a sacrificar-me, mas a sacrificar-me por Portugal e não a sacrificar-me pelos outros, que mais não fazem do que nos chupar e infectar o sangue, tal como o mosquito do Dengue já anda a ameaçar fazer em território nacional!

1 comentário:

José disse...

Estou de acordo com a substância deste seu texto.
Cada vez mais desconfio de um certo discurso (uma "narrativa", como agora é moda dizer-se!) que tenta vender-nos um certo ideal de uma "Europa dos cidadãos" mas que na realidade esconde um inconfessado propósito de subjugação e domínio! Já somos protectorado pela terceira vez em pouco mais de 3 décadas! Nas outra duas tínhamos moeda própria. Desta vez nem isso. O resultado está à vista no que toca às perspectivas da saída desta tremenda crise!
José Morais