terça-feira, 5 de agosto de 2003

OS 7 CEGOS DE JAIPUR.
Já não me lembro exacatamente dos detalhes da história, mas trata-se de uma lenda indiana, na qual alguns cegos estavam de volta de um elefante: À pergunta "O que é um elefante?", um dos cegos estendeu a mão, apalpou a tromba do animal e disse: "Um elefante é como uma serpente.". Outro deles, apalpou uma das grandes orelhas do bicho e replicou: "Eu acho que é como uma bananeira!". Outro ainda, ao deparar-se com uma das pernas do paquiderme, sentenciou: "Não senhor! Um elefante é como uma árvore.".
Havia mais cegos na história (7 para ser exacto), que dependendo da anatomia mais próxima do elefante, se pronunciavam todos de maneira diferente.
De facto, todos tinham as suas razões, mas nenhum deles estava certo, já que lhes faltava uma verdadeira visão de conjunto.
Recordei esta pequena e deliciosa fábula, a propósito das posições oficiais sobre a enorme tragédia que se abateu sobre o nosso País, na forma de pavorosos incêndios florestais.
Como os cegos de Jaipur, o Governo diz uma coisa, a Oposição contesta, a Protecção Civil diz coisa diferente, os Bombeiros têm uma versão dos factos, os Autarcas, outra... Enfim, uns verdadeiros cegos de Jaipur a quem lhes falta a prespectiva de conjunto, se não para evitar, ao menos para minimizar tragédias como as que têm grassado no nosso País.
Parafraseando um celebérrimo "graffiti" alentejano, aplicado a toda a largura do paredão do Alqueva, eu digo: "ENTENDAM-SE, PÔRRA!"

Diário de Bordo da Nave Espacial "Terra" - Tempo Estelar da Nova Era - 5 de Agosto de 2003

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