quinta-feira, 31 de julho de 2003

ILETRACIA MINHA?!?, TALVEZ.
Confesso que não sou nenhuma criança (confesso que já passei dos 50...), por outro lado não sou inculto, e supunha que o facto de ler os livros de Umberto Eco de fio a pavio, sem ajuda de qualquer dicionário ou enciclopédia, tirava-me das proximidades dessa aterradora fronteira que separa quem compreende o que lê, das vítimas da iletracia.
Pelos vistos estou enganado! Desde que cheguei à Blogosfera, tenho-me entretido a vaguear pela rede, e, pasme-se! confesso que muitas vezes não entendi patavina do que está escrito em certos Blogg's . Dir-me-ão que a tecnologia é mais acessível à juventude. Qual carapuça! Não é de tecnologia que se trata.
Trata-se de um fenómeno, que na minha opinião tem as suas origens na escrita hermética dos críticos de cinema, (não duvidem que eles escrevem de modo a que só outro da sua estirpe consiga descodificar), e consiste básicamente num arrumar de palavras e conceitos, de uma forma ordenada e aparentemente lógica, mas que espremido não quer dizer nada. É um pouco como alguma pintura moderna: Cada um a pode interpretar à sua maneira.
Bom, deve ser iletracia da minha parte, mas ainda acho que a escrita, para ser uma manifestação artística, tem primeiro de ser inteligível, depois límpida e a seguir, rigorosa.
Desculpem lá qualquer coisinha!

Diário de Bordo da Nave Espacial "Terra" - Tempo Estelar da Nova Era - 31 de Julho de 2003

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